quinta-feira, 21 de julho de 2011

Magistas Considerados

Comecei com um assunto aqui sobre tradições e seus criadores, porém fica no imaginário, não somente essas grandes personalidades como todas as outras que cercam o meio da Magiah. Levando isso em consideração posto aqui uma biografria de cada personalidade para que vocês tenham uma noção de suas vidas antes e depois da Arte, de seus feitos em bem-comum para todas as comunidades e vertentes do Paganismo.


Aleister crowley 



Aleister Crowley foi sem sombra de dúvida o maior mago do século XX. Suas explorações no campo das drogas e do sexo são enfatizadas em demasia por quase todas as pessoas que se põe a falar sobre ele. Essa sua faceta poderia ser explicada (talvez até possa ser justificada) como uma fuga genial da pútrida sociedade ultrapuritana em que foi criado.

    O protestantismo vitoriano foi uma das manifestações mais repressoras de que já se teve notícia e Crowley, juntamente com alguns artistas de vanguarda de sua época teve a ousadia de se colocar contra todo esse sistema de valores e criar um sistema próprio, que por pior que fosse era melhor do que o sistema estabelecido.

    A mente de Crowley, um misto de Nietzsche e Rabelais, com uma estética egípcia e um negro senso de humor, era, de certa forma, inescrutável. Apesar de freudianamente seus complexos serem óbvios, lendo Crowley nunca se tem certeza do que ele realmente quis dizer. Ele brincava com o leitor, geralmente o superestimando (principalmente nos primeiros livros, cheios de referências obscuras imprecindíveis para a compreenção da obra). Apesar disto escreveu excelentes poesia e prosa, mas que de forma alguma superaram o interesse do mundo na história de sua vida, atribulada, trágica e cheia de aventuras como foi, por si só uma obra de arte.

    Crowley nasceu em 1875, filho de um pastor de uma seita fundamentalista protestante, que também era dono de uma fábrica de cerveja. Seu pai morreu cedo, deixando boas lembranças no menino, mas sua mãe, segundo ele, era uma "estúpida criatura", e as brigas da adolescência logo fizeram com que sua mãe o chamasse de "Besta", apelido que adotou posteriormente e que lhe trouxe boa parte da fama.

    Na escola se mostrou brilhante e obediente, até que foi culpado injustamente de um pequeno delito e foi posto de castigo, a pão e água, o que piorou sua já fraca saúde (tempos depois lhe receitariam heroína para a asma, substância que usou até os 72 anos de idade, quando morreu de parada cardíaca). Crowley nunca esqueceu desse tratamento, e desde menino começou a achar que havia algo de errado com o "senso comum" da época. Decidiu ser um homem santo, e cometer o maior pecado, como em uma lenda dos Plymouth Brothers (culto de seu pai) que afirmava que o maior santo cometeria o maior pecado.

    Na Universidade Crowley finalmente se encontrou. Com muito dinheiro (da herança de seu pai) e livre da repressão da família, exerceu todas as atividades pelas quais ficou conhecido: alpinismo, poesia, enxadrismo, sexo e magia, e, dizem, foi excepcional em cada uma delas. Crowley travou contato com a Golden Dawn, uma ordem pseudo-maçonica de prática ritualística e iniciatória que esteve em seu auge no fim do século passado, quando Crowley a frequentou. Subiu rapidamente pelos graus da ordem, mas foi barrado por um grupo de pessoas que chegaram a afirmar que a "ordem não era um reformatório". Crowley era desconsiderado pelos intelectuais e desprezado pela burguesia, fato que o pode ter levado a suas inúmeras viagens e expedições de alpinismo.

    Crowley pode parecer extremamente arrogante e narcisista em seus escritos, mas isso não parece ser verdade, se examinamos sua vida a fundo. Ele sempre buscou o reconhecimento e aprovação das pessoas, e quando notou que isso não era possível, mantendo sua crítica atroz aos absurdos do puritanismo inglês, ele resoleu aparecer fazendo escândalos, reais ou falsificados, ao estilo do esteriótipo "falem mal, mas falem". Mesmo assim em sua autobiografia ("Confessions of Aleister Crowley") ele se mostrou extremamente magoado quando a imprensa marrom inglesa (conhecidíssima até hoje e abominada pela família real inglesa) inventava alguma coisa absurda e terrível ao seu respeito, como em uma ocasião em que o acusaram de comer carne humana na expedição ao monte K2.

    A Golden Dawn recusou iniciação a Crowley, mas seu chefe, McGreggor Mathers não. Talvez interessado no dinheiro do jovem Aleister Crowley ele o iniciou, e logo se tornou um mestre para Crowley.

    Seus trabalhos mágicos e estudos místicos o levaram as mais diversas partes do mundo, experimentando com todas as formas de catarse e intoxicaçõo, que considerava como bases da religião. Mas pouco a pouco se distanciava de Mathers, que a essa altura já havia se proclamado em contato direto com os "mestres" que regem a terra, e com isso seu autoritarismo se tornou insuportável. Crowley foi o único a defendê-lo até o final, quando percebeu que tudo não passava de uma farsa.

    A crença de que existe um grupo de iniciados secretos que carregam o conhecimento humano e são os verdadeiros "chefes" da terra é compartilhada no sentido estritamente literal por muitas pessoas e seitas. Crowley aceitou essa idéia de uma forma ou de outra até o fim da vida, mas empregou diversas interpretações para estas entidades, algumas baseadas na psicologia (recém estabelecida como uma ciência por Freud, na mesma época).

    Mas, desiludido com a Golden Dawn, passou alguns meses afastado da magia, e pouco a pouco se reaproximou, trabalhando sozinho.

    Então numa viagem ao Cairo em 1904, recém casado, sua esposa começou a falar algumas coisas estranhas das quais ela não poderia ter conhecimento. Ela o mandou invocar o deus Hórus.

    Dessa invocação surgiu um texto pequeno, de três capítulos, intenso e esquisito, ditado por um dos "ministros" da forma de Hórus conhecida por "Hoor-Paar-Kraat", Harpócrates, Hórus, a criança. Aiwass era o nome dessa entidade, depois reconhecida como o Sagrado Anjo Guardião do próprio Crowley. Com isso três coisas estão subentendidas: Aiwass era um dos "mestres" que regiam o presente Éon, dedicado ao Deus Hórus, seu mentor; era também uma entidade não totalmente separada de Crowley, embora devesse ser tratado como tal, alguns poderiam dizer que ele era o self junguiano de Crowley (mesmo ele reconheceu isso), outros, maldosamente, que era sua Sombra (termo que em psicologia junguiana designa a parte de nós que reprimimos e que contém aquilo que temos medo de admitir); Crowley demorou cerca de 5 anos para acatar o que o texto dizia. Uma das profecias previa a morte de seu filho, que acabou por morrer mesmo, de doença desconhecida.

    Quando finalmente aceitou o Livro da Lei, criando a Thelema, filosofia ou religião, a depender do ponto de vista, que estava em contato com um corpo germânico de iniciados, que em outro livro dele ("The Book of Lies") encontraram um segredo de magia sexual que pensavam ter o monopólio no ocidente. Nem Crowley havia entedido o que tinha escrito, mas aceitou mesmo assim um alta posição hierárquica na Ordem. Era a Ordo Templi Orientis, que até hoje detém os direitos sobre os textos de Crowley posteriores a 1910.

    A O.T.O. existe até hoje (ou melhor existem, visto que houveram cisões e brigas e etc, que somando com os charlatães, devem somar mais de 30 O.T.Os., por alto. A maioria clama legitimidade.)

    Crowley perdeu muito dinheiro publicando seus próprios livros e os vendendo a preço de banana. E a incompetência de um tesoureiro da O.T.O., que perdeu um galpão cheio de livros num lance mal entendido até hoje, acabou causando sua bancarrota final.

    Além da O.T.O. que tinha bases massônicas, Crowley criou um corpo próprio, designado como A.:.A.:.., esse corpo, muito mais velado, deveria servir como que "escola de treinamento" para os possíveis "mestres" da humanidade.

    Crowley sobreviveu de doações e venda de livros até o fim da vida. E morreu em relativa miséria, ainda viciado em heroína, pouco tempo depois de terminar seu último trabalho, um livro sobre o Tarô que Lady Frieda Harris havia pintado com suas indicações. Um baralho magnífico.


Gerald Brousseau Gardner


Descendente de escoceses, Gerald Brousseau Gardner, 
nasceu em 13 de junho de 1884, na cidade inglesa de Liverpool, e é o responsável pelo ressurgimento da bruxaria no mundo ocidental.
Traçava sua descendência até uma mulher chamada Grissell Gardner, que em 1610 havia morrido queimada como bruxa.

Tendo morado em Borneo, na Malásia e no Ceilão, Gardner travou contato com a religião e os ritos dos nativos destes locais, o que o influenciou mais do que o próprio cristianismo. 

Nutria um grande interesse pelo ocultismo, tendo integrado muitas das diversas ordens secretas que surgiam aos montes na Inglaterra dos fins do século XIX.

Após se casar, Gardner voltou a Grã Bretanha, em 1936 
e passava boa parte de seu tempo viajando para locais de arqueologia interessante, como Chipre, onde via coisas com que havia sonhado anteriormente, o que acabou por convencê-lo de que havia tido vidas anteriores. 

Nessa mesma época conheceu pessoas que o apresentaram a bruxaria, tendo se envolvido com sociedades secretas e com um grupo que dizia 
praticar a bruxaria há séculos ininterruptamente. 

Neste grupo de New Forest, Gardner foi iniciado pela 
Alta Sacerdotisa old Dorothy Clutterbuck dias antes do início da Segunda Guerra Mundial. Através do amigo Arnold Crowther, Gardner conheceu Aleister Crowley em 
1946.que o faria membro honorário da Ordo Templi Orientis (OTO).

Especula-se que Gardner teria incorporado a seus 
rituais da arte, conceitos e informações de Crowley, o que é negado por Patrícia Crowter, uma das mais conhecidas iniciadas de Gardner. 

No final da década de 40, lançou um livro chamado "High 
Magic's Aid" ("Com a Ajuda da Alta Magia"), um romance que ele posteriormente disse incluir elementos verdadeiros das práticas mágicas dos grupos de bruxos 
ingleses. Ainda segundo Gardner, a divulgação desses segredos milenares teria sido autorizada pelos guardiões dessas antigas tradições. 

Quando a Lei contra a Bruxaria foi abolida em 1951, 
Gardner cortou laços com o Coven de New Forest. 

Em 1953 iniciou Doreen Valiente em seu coven, com quem reescreveu seu livro das sombras e muitos rituais, o que viria a se tornar o Livro das Sombras da Tradição Gardneriana.

Posteriormente, em 1954, lança "Witchcraft Today" ("A 
Bruxaria Hoje"), onde surge pela primeira vez a palavra "Wica" - assim mesmo, com um único "c". Nesta obra, Gardner narra seu contato com um antigo grupo de bruxos ingleses, que transmitiam suas práticas em segredo geração após geração. 

Ele teria então sido iniciado por esse grupo secreto, e como bruxo passaria divulgar o que ele chama de "A Arte". Ainda segundo Gardner, o conjunto de cerimônias e práticas religiosas da "Wicca" estava registrado num livro muito antigo, conhecido como "Book of Shadows" - o "Livro das Sombras". Esse livro realmente existe, e consiste de um pesado volume de capa de couro sem inscrições, com textos escritos à mão e ricamente decorados. Pesquisas posteriores comprovam, porém, que a capa é muito mais antiga que as páginas 
internas, o que mostra que estas foram colocadas no local de um livro bastante antigo, do qual se aproveitou somente a capa. Os textos apresentam um inglês 
aparentemente "Elizabetano" - típico do século XVII, mas a existência de palavras desconhecidas naquela época (além de incongruências gramaticais) 
comprovam que na verdade não se tratam de textos muito antigos, mas sim tentativas de fazê-los parecer velhos manuscritos. Segundo estes textos, as práticas ali descritas eram as verdadeiras tradições dos antigos Celtas da Grã-Bretanha, preservadas ao longo das gerações por destemidos guardiões dos Conhecimentos. 

Isto fez com que muitas pessoas posteriormente 
associassem a Wicca à religião dos Celtas. Sem dúvida, muitos elementos das práticas wiccanas são inspirados nas tradições Celtas - a celebração de rituais sazonais, conhecida como a Roda do Ano, é um exemplo.

Muitos são os que duvidam da iniciação de Gardner no 
Coven New Forest e da originalidade de seus Livros das Sombras, outros o criticam por ter exposto a Antiga Religião ao público “leigo”, mas uma coisa é certa, ele, tinha medo da Arte sumir por ser uma “religião de velhos”, conseguiu atrair as novas gerações, transformando a bruxaria numa das religiões que mais 
crescem em nosso mundo nos dias de hoje. Gardner morreu na viagem de volta do Líbano, em 1964, deixando como beneficiários de seus escritos , objetos e demais 
coisas, Monique Wilson (Lady Olwen), Patrícia Crowther e Jack L. Bracelin.


Alex Sanders

Filho de um instrutor de dança de salão, Alex Sanders alegava ter sido iniciado por sua avó aos 7 anos e ter tido acesso ao seu Livro das Sombras aos 9, quando teria aprendido os ritos e a magia das bruxas. Na década de 60 conheceu Maxine Morris, a quem iniciou e com quem ficou casado até meados da década seguinte.


Dizem que teve acesso ao Livro das Sombras Gardneriano, de onde teria retirado boa parte do material para fundar a Tradição Alexandrina, acrescentando algumas práticas dos ocultistas Eliphas Levy e Franz Bardon.

Proclamou-se “Rei dos Bruxos” em função da grande quantidade de pessoas a quem iniciou. Foi tema de uma biografia romantizada “King of the Witches” e do filme “Legend of the Witches”.

Morreu na véspera de Beltane, em 30 de abril de 1988, após longa batalha contra um câncer de pulmão. Até mesmo em sua morte foi controverso, deixou uma gravação indicando seu filho Victor como o herdeiro do título de “Rei dos Bruxos”. O rapaz não se interessou e mudou-se para os EUA.

Raymond Buckland

Raymond Buckland (1934),conhecido como "O Pai da Wicca Americana", foi o primeiro a introduzir a Wicca Gardneriana nos Estados Unidos no início da década de 1960. Nasceu em Londres, de ascendência romani (cigana). Sua busca espiritual o levou aos trabalhos de Gerald Gardner. Buckland começou a trabalhar como representante de Gardner nos Estados Unidos e foi iniciado no oficio pouco antes da morte de Gardner em 1964. Em meados da década de 1970, fundou a tradição saxã, Seax- Wica, atualmente praticada em países por todo o mundo. Também ajudou a difundir a prática solitária da Pect Wita, uma forma de Bruxaria escocesa. Já tem mais de 30 livros publicados, incluindo The Witch Book e Buckland's Complete Book of Witchcraft. Raymond é o Foeder da Seax-Wica e membro da Guilda Internacional de Feiticeiros e da Sociedade Internacional de Espiritualistas.



Raven Grimassi

Raven Grimassi (1951-) é autor de nove livros sobre Bruxaria e Wicca, entre os quais os premiados The Wiccan Mysteries e The Encyclopedia of Wicca & Witchcrafl. Raven é praticante e professor de Bruxaria há mais de 30 anos. É um popular

palestrante e orador em convenções pagãs e festivais por todo o país [Estados Unidos]. Raven é atualmente o diretor da Tradição Ariciana de Bruxaria e codiretor de uma escola de mistério conhecida como The College of Crossroads. A obra da vida de Raven é preservar e ensinar as raízes europeias précristãs da religião pagã. Ele vive no sul da Califórnia em um rancho na zona rural onde mantém um pomar sagrado para

a Deusa e o Deus da antiga religião e um santuário para Ceres, a Deusa dos Mistérios, pois nasceu no dia do festival dedicado a essa Deusa. 


Stewart Farrar



Stewart Farrar (1916-2000) Nascido em Essex, Inglaterra, Stweart Farrar foi criado como um cientista cristão. Em 1947, iniciouumalonga carreira como jornalista e escritor. Em 1969, a sua revista, o semanário Reveille, mandou que ele fosse à pré-estreia do filme Legend of Witches, na qual Alexander e Maxine Sanders, que haviam feito a consultoria técnica, estavam presentes. Alex convidou Stewart para uma iniciação à Bruxaria. Ele achou a cerimônia comovente e escreveu um artigo a respeito, caindo nas boas graças de Sanders. Alex apresentou Stewart ao editor de sua própria biografia, King of lhe Witches, do qual Stewart obteve o contrato para o livro What Witches Do. Começou a assistir às aulas de treinamento de Sanders e, em 1970, Maxine o iniciou no conciliábulo, onde conheceu e se casou com a alegre Janet Owen.

Em 1970, os Farrars formaram o seu próprio conciliábulo em Londres. What Witches Do ajudou a estabelecer Stewart como uma voz que promovia a comunidade wiccana, o que resultou em muitos pedidos de pessoas que queriam se juntar ao oficio. Após nove anos de conciliábulos e de conselhos, os Farrars escreveram dois livros com material ritual e não ritual: Eight Sabbats for Wi-

tches (1981) e The Witches'Way (1984). Também escreveram The Witches' Goddess (1987), Life & Times of a Modem Witch (1987) e The Witches' God (1989).



Janet Farrar

Janet Farrar (nasceu Janet Owen em 24 de junho de 1950) é professora Inglesa e autora de livros sobre Wicca e paganismo. Conjuntamente com seus dois maridos, Stewart Farrar e Gavin Bone, Farrar os livros mais influentes sobre Bruxaria da atualidade.

De acordo com George Knowles, “aproximadamente setenta e cinco por cento dos Wiccanos da Irlanda traçam linhagem até os Farrar”. Farrar tem sido um dos rostos mais famosos da Wicca, tendo aparecido como modelo para capas e ilustrações para os livros mais vendidos do assunto. Farrar é frequentemente convidada a palestrar sobre Wicca, Paganismo e Bruxaria, tanto nos Estados Unidos como na Europa.

Farrar nasceu em Clapham no ano de 1950. Sua família, uma mistura de gauleses, ingleses e irlandeses, eram membros da Igreja Inglesa. Farrar freqüentou a escola Leyton Manor School, e o colegial para moças Royal Wanstead High School. Ao terminar o colegial Janet começou a trabalhar como modelo e recepcionista.

Janet Farrar foi iniciada na Tradição Alexandrina pelos seus fundadores, Alex e Maxine Sanders. Janet Farrar conheceu os Sanders em 1970 por intermédio de uma amiga que tinha interesse de conhecer melhor os fundamentos da Wicca. Janet foi acompanhando para manter sua amiga ‘longe deste culto estranho’; no entanto, Janet Farrar acabou se juntando ao coven dos Sanders, e seguiu o caminho que a levou ser uma das bruxas mais famosas e respeitadas dos dias atuais. Dentro do coven ela conheceu Stewart Farrar, seu futuro marido e seu co-autor de vários livros.

Janet Farrar afirma que o casal foi elevado ao segundo grau juntos pelas mãos de Sanders em 17 de outubro de 1970, e que depois receberam o terceiro e último grau em 24 de abril de 1971, no entanto estas datas são questionadas por alguns historiadores.

Os Farrars começaram a comandar o seu próprio coven em 1971, antes da sua cerimônia de terceiro grau, foram handfasted em 1972 e legalmente casados em 1975. Janet Farrar deixou o coven em 1972 para estudar Kabbala juntamente com Magia Cerimonial, porém retornou ao coven no mesmo ano. Em 1976 os Farrars se mudaram para Irlanda para se afastar da vida movimentada de Londres, indo morar em County Mayo e County Wicklow, finalmente vindo a se estabelecer em “Herne Cottage” na cidade de Kells. O casal então começou a publicar vários livros sobre Wicca e praticas para covens. Farrar continuou a trabalhar como modelo e apareceu em várias ilustrações para livros de Wicca, inclusive sendo capa da versão de capa de papel do livro de Margot Adler Drawing Down the Moon (lançado em 1979). Farrar também posou para várias fotografias que ilustram o livro Eight Sabbats (Oito Sabás para Bruxas de 1981); o qual os autores afirmaram ter incluído material do Livro das Sombras da Tradição Alexandrina. Os Farrars, com o apoio de Doreen Valiente, explicou que a quebra de sigilo ocorrida com a publicação de seu material era justificável pela necessidade de informação confiável. Janet Farrar explicou ainda que alguns rituais contidos nos livros do casal eram, na verdade, escritos por eles, e que eles tinham deixado a Tradição Alexandrina após a pesquisa do livro. O casal escreveu em conjunto mais quatro livros sobre Wicca.

Os Farrars retornaram a Inglaterra em 1988, mas em 1993 retornaram para a Irlanda. Eles se juntaram a Gavin Bone, com quem tiveram uma ‘poligamia fechada’. Os três escreveram em conjunto dois livros: The Pagan Path e The Healing Craft. Farrar morreu em fevereiro de 2000 após uma doença súbita.

Depois da morte de Stewart Farrar, Janet Farrar e Bone continuaram a escrever livros sobre Wicca e concedem várias palestras sobre o assunto tanto nos Estados Unidos quanto na Grã-Bretanha. O título do livro lançado em 2004, Progressive Witchcraft, é a descrição da preferência do casal sobre sua atual prática religiosa.


Doreen Valiente

Nascida Doreen Dominy, filha de pais cristãos, a jovem Doreen descobriu ainda cedo de que possuía o poder de usar magia. Valiente era o nome do segundo marido de Doreen, Casimero com quem se casou em 1944.
Logo após Gerald Gardner ter tornado publicas suas alegações de ter sido iniciado em um culto de bruxas ainda sobrevivente, Valiente se juntou a ele em 1952 e colaborou na criação de rituais. Valiente se tornou Alta Sacerdotisa de Gardner em 1953, escreveu vários poemas para uso dos wiccanos, incluindo uma versão reescrita de Carga da Deusa, e ajudou a formular a Wiccan Rede. Porém o desejo crescente de Gardner por publicidade causou conflitos com Valiente. Quando ela tentou controlá-lo, ele subitamente criou as Leis Wiccans em 1957, as quais ela não aceitou, rompendo com Gardner para criar seu próprio coven e finalmente entrar para o coven de Robert Cochrane, após a morte de Gardner.
Nos anos 1970 ela publicou uma série de livros e se consagrou como uma das mais respeitadas sacerdotisas da Wicca, merecendo uma entrada no "Dictionary of National Biography" (Dicionário Biográfico Nacional, em tradução livre). Era ativa na promoção da Bruxaria Moderna e do Neopaganismo, sendo enfática, particularmente, em afirmar que o movimento não tinha relação alguma com o satanismo, mas não procurou a publicidade para benefício próprio. Era uma figura notável no suporte ao desenvolvimento da Federação Pagã Internacional. Enfrentando os desafios dos céticos, Valiente tentou, com algum sucesso, fornecer evidências para as alegações de Gardner a respeito de sua iniciação, notoriamente através da identificação de Dorothy Clutterbuck em 1980, a velha bruxa que supostamente realizou a iniciação em um ensaio publicado em Oito Sabbats Para Bruxas, de Janet e Stewart Farrar.
Dr. Leo Ruickbie examina sua vida e contribuição à Wicca em Witchcraft Out of the Shadows. De acordo com o Dr. Ruickbie, Valiente é a "mãe da Bruxaria Moderna", exercendo um papel crucial em reescrever muito do material de rituais original de Gardner com ajuda de Ronald Hutton.

Helena Petrovna Blavatsky
  Helena Petrovna Blavtsky nasceu em Ekaterinoslav, na Ucrânia, à zero hora de 30 para 31 de julho, a única noite em
que, segundo uma crença popular russa, os espíritos do mal não tem nenhum poder.
Era de sangue real, e aparentada com as mais nobres famílias da velha Rússia. Deixava todos esses privilégios,honrarias e riquezas, puramente materiais, com o fim único de dedicar-se à verdadeira felicidade humana, que é a da
Iluminação pelos conhecimentos reais ou divinos, ou melhor, que conduzem o homem à Meta desejada. Um dos efeitos mais preciosos de sua missão, é o de impelir os homens a estudar e destruir neles todo fanatismo. 
As qualidades de H.P.B. acham-se tão acima do nível ordinário, que resultam completamente estranhas para a maioria das pessoas. Todos os que a conheceram concordaram em que possuía extraordinário poder espiritual; que gozava de incrível capacidade para realizar trabalhos intensos, e paciência sobre-humana para levar a cabo seu ideal e o cumprimento da vontade do Mestre. 
Possuía sinceridade sem limites, manifestada em toda a expressão de sua alma ardente, na espontaneidade de suas cartas, como em cada detalhe de sua vida cheia de sofrimento. Blavatsky foi sempre variável: diferente de quantos a rodeavam, diferente dela mesma, diferente até o ponto de se ver nela personalidade diversa, e algumas vezes opostas.
Permaneceu sendo a Esfinge e partiu levando consigo seu segredo, o que acontece com aqueles que passam pela vida incompreendidos. 
Helena foi uma dessas pessoas, em que uns nao vêem senão a fraude e a impostura, enquanto outros descobrem o jogo de forças raras. Desempenhou, na formação da Sociedade Teosófica, uma atividade a toda prova. A Teosofia fez numerosos adeptos na América e na Índia; e dali se espalhou pela Europa. Zelosamente guardados nos altares de certos templos, que são centros de "iniciação", os ensinamentos místicos escritos na lingua tibetana ou signos ideográficos, são apresentados sob forma simbólica.
Essas sentenças indecifráveis para os não iniciados, tem uma origem pré-budismo, e são a expressão das idéias
orientais sobre os problemas da alma e do mundo. Em suas peregrinações e visitas às escolas ocultistas da Índia.
 H.P.B. aprendeu a decifrar esses livros sagrados. Retendo, de memória, algumas das estancias ai contidas, as traduziu e compos um pequeno tratado, chamado "A Voz do Silêncio", obra das mais admiráveis no gênero.
É indiscutível que a teoria da reencarnação fez mais amplo o campo do pensamento popular, trazendo às especulações religiosas um auxílio necessário. E isto é um grande passo, associado ao nome de Blavatsky. Ela e os que a seguem construiram uma ponte sobre o abismo que ficava entre o materialismo do Ocidente e o ocultismo e a metafísica do Oriente. Difundiram a fraternidade humana e nos fizeram pensar na possibilidade, de uma religião universal com bases
mais amplas que os possibilidades reconciliadoras do Cristianismo sonham hoje. Só vivia realmente à noite, quando abandonava seu corpo para ir ao encontro dos Mestres. 
Ela disse que muita coisa que escreveu lhe foi ditada enquanto dormia. Com efeito escreveu com correção em latim, grego, hebraico, sânscrito, o que nem sequer podia ler em estado normal. Aos dezoito anos, encontrou fisicamente seu Mestre, em Londres. o mesmo que ela via a seu lado desde a infância como verdadeiro Anjo Protetor, e que a livrara em vários momentos de grave perigo. Conheceu o Coronel Olcott em 1873, e com ele fundou em Nova York em 1875, a Sociedade Teosofica.
Blavatsky foi universalmente mal compreendida. Ofuscando o mundo pela lei de sua doutrina que a maioria não conseguiu alcançar, porque era completamente nova, a olharam com receio, e os representantes da ignorância científica,
saturados de vaidade, chamaram-na "a maior impostora do século" porque suas mentes estreitas não puderam elevarse à grandeza de seu espirito. Em 1877 publicou "Isis sém Veu" que, como "A Doutrina Secreta" (Seu "Magnus Opus", publicada em 1888), lhe foi em parte ditada, em parte inspirada... O conteúdo dessas duas obras, principalmente a segunda, representa a evolução passada, presente e futura da humanidade e que será, durante décadas, o livro de texto do Ocultismo. Depois traduziu "A Voz do Silêncio", escreveu a "Chave da Teosofia", "No País das Montanhas Azuis", "Pelas Grutas e Selvas do Indostão", "Narrações Ocultistas", "Glossário Teosofico", "Ocultismo Pratico".

Gerina Dunwich

Gerina Dunwich é uma astróloga e escritora, nascida em 27 de dezembro de 1959 em Illinois, Estados Unidos. É uma astróloga e uma autora de livros "New Age". Mas é mais conhecida pelos seus livros sobre Wicca e por ser uma bruxa. Ela se descreve como "Sacerdotisa da antiga Religião".

Após ter descoberto ainda criança, que possuía poderes psíquicos e a habilidade de manter contato com espíritos, desenvolveu interesse no mundo do oculto.

No verão de 1969, foi apresentada a Bruxaria por um membro da família. Desde então tem dedicado sua vida educando o público sobre a Arte. Tem estudado varias tradições tanto "brancas" quanto "negras". Segue o caminho da Bruxaria Tradicional. E também está envolvida com pesquisas paranormais e "caça a fantasmas".
Ainda adolescente começou escrever poemas, artigos para revistas e peças teatrais.

Em 1977 se muda para Califórnia onde inicia uma pesquisa para um livro que é publicado em 1990. "The Concise Lexicon of the Occult".
Em 1980 começa a publicação de um jornal "Golden Isis", especializado em poesia e ficção relacionados a Deusa.
Em 1988 lança seu primeiro livro "Candlelight Spells" e assim inicia sua carreira como escritora.

Monta uma loja "The Colico Cat Whatnot Shop" onde vende antiguidades e objetos relacionados à bruxaria. E assim acabou conhecendo muitos pagãos de diversas tradições. Assim formando o "Coven Mandragora" e ela como Sacerdotisa "Lady Mandragora".

No mesmo ano forma uma organização educacional "Wheel of Wisdom School". E também forma "Pagan Poets Society". Um círculo literário para escritores e editores de poesia pagã.
Tem aparecido em TV, rádios e dado palestras nos Estados Unidos e Canadá.


Margaret A.Murray

Margaret Murray foi uma eminente e respeitada antropóloga, arqueóloga e egiptóloga. Na década de 20 ela começou a escrever sobre suas teorias sobre as organizações e origens da bruxaria na época pré-cristã. Nesta fase seus colegas ridicularizaram seu trabalho, no entanto, hoje em dia, alguns dos seus livros ganharam o status de clássicos da literatura; como O Culto das Bruxas na Europa Ocidental (de 1921) e O Deus das Feiticeiras (de 1933).

Margaret Murray nasceu em Calcutá em 13 de julho de 1863. Estudou na Universidade Collage em Londres e, mais tarde começou a trabalhar nesta. No início de sua carreira ela começou estudando antropologia e foi uma pioneira na luta pelos direitos da mulher. Ela tomou parte em várias escavações arqueológicas, trabalhando junto com nomes de peso como o de Sir William Matthew Flinders Petrie, um renomado egiptólogo. Eles trabalharam juntos em vários lugares, tais como Egito, Palestina e Inglaterra. Foi através dos ensinamentos de Sir William que ela se tornou especialista em egiptologia e foi nomeada palestrante júnior da Universidade.

Os rumores indicam que o interesse de Margaret por bruxaria começou por volta de 1915, após ficar doente enquanto participava de uma escavação no Egito. De volta à Inglaterra, ela decidiu convalescer em Glastonbury. Em sua autobiografia afirma: “Eu decidi me recuperar em Glastonbury, e uma pessoa não consegue ficar em Glastonbury sem ficar interessada em “José de Arimatea e o Santo Grail”.

Seu interesse inicial levou Margaret a começar a estudar seriamente à bruxaria. Ela começou trabalhando em arquivos contemporâneos de julgamentos de bruxas e bruxaria, em seguida partiu para pesquisar documentos do período medieval e renascentista, incluindo aqueles que se relacionavam aos julgamentos de Joana D’Arc e Gilles de Rais. Ao mesmo tempo ela conduziu estudos de campo por toda a Europa. Suas conclusões levaram a publicação de seu primeiro livro: O Culto das Bruxas na Europa Ocidental, (1921.). As teorias de Margaret eram que a bruxaria tinha se espalhado e possuía raízes nos cultos europeus pagãos de fertilidade que remontavam ao período paleolítico. Tais idéias causaram grandes polemicas entre os seus colegas, que simplesmente ridicularizaram tais opiniões.

Persistentemente Margaret continuou a estudar bruxaria paralelamente a sua carreira. Ela era uma perspicaz e detalhista acadêmica, consequentemente o e seu trabalho em arqueologia e egiptologia não passou despercebido. A Universidade de Collage em Londres a promoveu a professora assistente em egiptologia em 1924, cargo que ela manteve até a sua aposentadoria em 1935.

Seu segundo livro: O Deus das Feiticeiras (de 1933), dedicado ao Deus de Chifres da Bruxaria e sobre a teoria de que a divindade data do período paleolítico e era tido como um Deus da fertilidade. Este livro foi praticamente ignorado até depois da Segunda Guerra Mundial e da queda da última lei contra a bruxaria em 1951. No ano seguinte (1952) o livro foi relançado e logo se tornou um best-seller.

Depois de se aposentar da Universidade College em 1935, Margaret continuou com seus estudos sobre bruxaria e viajava pelo país dando palestras sobre suas teorias. Em 1945 um assassinato misterioso ocorreu em Cotswolds e tinha todas as indicações de ter sido conseqüência de um ritual de bruxaria. No dia 14 de fevereiro de 1945, um senhor chamado Charles Walton of Lower Quinton foi encontrado morto, debaixo de uma árvore na área de Meon Hill, um notório local ritual de bruxas. O corpo foi fixado ao chão com um tridente de fazenda, e sua garganta e peito cortados com uma foice, fazendo o formato de cruz. (14 de fevereiro também era a data de Candlemas pelo antigo calendário e um dos grandes sabás das bruxas).

A investigação policial se deparou com uma muralha silenciosa, e ninguém foi preso. Margaret se disfarçou como uma pintora visitante e com um caderno passou uma semana na região. Na verdade ela estava conduzindo sua própria investigação. Posteriormente ela publicou um artigo afirmando acreditar que a vítima tinha sido morta por pessoas que acreditavam e temiam a bruxaria. Charles Walton tinha sido assassinado porque alguém temia seus poderes como bruxo.

Durante os anos de 1953-1955, Margaret foi eleita presidente da Sociedade de Folclore, outro singular feito e já contando com 90 anos. Adicionalmente, em 1954 ela lançou o seu terceiro e provavelmente mais controvertido livro: ‘The Divine King in England’. Neste livro, ela avança a sua teoria de que os primeiros soberanos ingleses morreram, de fato, por ritual de sacrifício. Tal teoria causou uma chuva de protestos por parte de seus colegas que se empenharam em desacreditar todos os seus trabalhos sobre bruxaria.

Nos dias de hoje, muitos acadêmicos e historiadores ainda ridicularizam o trabalho de Margaret como sendo frutos sem sentido. Mesmo assim, os livros dela, assim como os de Sir James Frazer e Charles G. Leland, foram fontes inspiradoras para Gerald B. Gardner e outros, durante o movimento de reconstrução e ajuste da moderna bruxaria – Wicca.

Margaret Murray morreu em paz no ano de 1963 após completar seu último feito. Aos cem anos ela escreveu e publicou sua autobiografia, intitulada ‘My First Hundred Years’ (Meus Primeiros Cem Anos.). Neste, ela fala sobre sua crença na reencarnação, sua crença na alma, entre outros pontos polêmicos. Ela foi, sem sombra de dúvida, uma das mulheres mais notáveis da sua geração.


Margot Adler

Margot Adler (16 de Abril de 1946, em Litlle Rock, Arkansas) é uma jornalista e uma correspondete do National Public Radio (NPR).
Ela foi a primeira escritora a fornecer um relato fiel do que seria o paganismo na atualidade. Seu livro "Drawing Down the Moon" foi lançado em 1979nos Estados Unidos.
Ela passou a se interessar pelo assunto antes de entrar para a universidade, quando gostava de ler sobre mitologia grega, mas somente na década de 1970 realmente entrou no Neopaganismo através da Wicca e da bruxaria. Ela fazia parte de um grupo de estudos no Brooklin dirigido pelo coven nova-iorquino das Bruxas Galesas Tradicionais, o qual era associado a Herman Slater, proprietário e operador de uma loja de ocultismo conhecida nacionalmente. Margot saiu do grupo quando este se dividiu, e em 1973 foi iniciada como uma Sacerdotisa Gardneriana.
Ela viajou por todo o país entrevistando pessoas e/ou personalidades e grupos envolvidos no Neopaganismo. O resultado está em seu livro, que hoje é considerado um clássico do Neopaganismo.

Dion Fortune
Violet Mary Firth (1891-1946) conhecida posteriormente como Dion Fortune [o nome mágico que adotara, foi inspirado no lema da sua família Deo, non Fortuna = “Deus não o Destino”, mas logo o reduziu para Dion Fortune], nasceu em Wales, filha de pais nascidos em Yorkshire que eram cientistas cristãos. Ainda criança possuía fortes poderes de visualização. Um evento chave em sua vida ocorreu quando ela tinha 20 anos, enquanto trabalhava no Colégio Stadley, um centro de treinamento agrícola. Lá ela foi sujeitada a um ataque psíquico lançado pela doutora que era sua supervisora. Como reação ela voltou-se para o estudo de psicologia para entender e curar seu ferimento psíquico. Após treinar como analista voluntária, ela começou uma proveitosa prática psicológica. Freqüentou os cursos de Psicologia da Universidade de Londres (nenhum grau avançado ou licença era necessário nesta época) e, em 1912, tornou-se terapeuta na East London Clinic. Interessou-se profundamente pela conexão existente entre estados psicossomáticos e certos efeitos obtidos seguindo rituais místicos e orientais. Ela era uma ocultista avançada para o seu tempo e também conhecedora dos componentes psicológicos dos trabalhos ocultistas que hoje são também conhecidos pelos bruxos modernos.

Foi na mesa de Dion Fortune que Regardie tomou conhecimento a respeito das Freud e C. G. Jung.

Dion Fortune exerceu uma grande contribuição à Psicanálise ao trazer as idéias de Sigmund Freud à Inglaterra, e havia escrito uma coleção de breves histórias chamadas “Os Segredos do Dr. Taverner”. Ainda que ela caracterize a estas histórias como ficção, o Dr. Taverner realmente existia e o que ela narra reflete estudos de casos fictícios nos quais processos mágicos e psicológicos estavam mesclados. As novelas escritas entre 1920 e 1930 continuam a servir de modelo para a bruxaria moderna e o neo-paganismo. Suas duas últimas novelas, “A Sacerdotisa do Mar” (The Sea Priestess) de 1938, e “Magia da Lua” (Moon Magic) de 1939/40 são consideradas por muitos ocultistas como as melhores novelas sobre magia já escritas. Escreveu diversos ritos, dramas e contos que lembram o esoterismo tipicamente ocidental; entre as suas principais obras, é muito útil um estudo de A Cabala Mística.

Foi membro da Golden Dawn tardia (Stella Matutina), sendo iniciada em 1919 na loja que era dirigida pelo célebre escritor e ocultista J. W. Brodie Innes. Em 1920 deixa esta loja e se associa a um templo londrinense da Golden Dawn (Templo Alpha et Omega) dirigida por Moina Mathers (Sor. Vestigia Nulla Retrorsum), viúva de S. L. MacGregor Mathers, que morrera em 1918.

Fortune casou-se com o Dr. Thomas Penny Evans em 1927. Ele era um Galês fogoso e um cristão insignificante com uma forte inclinação para Magia Pagã. Separaram-se em 1938 após quase 12 anos de casamento tempestuoso. Dion Fortune viveu em Londres durante a Segunda Guerra Mundial e morreu de leucemia em janeiro de 1946.

Em 1922 Fortune deu início a “Fraternidade da Luz Interior” (Fraternity of the Inner Light), sob o consentimento de Moina Mathers. Logo, entretanto, Moina Mathers começou a invejar o sucesso de Fortune com a Fraternidade. Ela expulsou Fortune alegando que ela estava traindo os segredos internos da Ordem em seu livro “Filosofia Esotérica de Amor e Casamento” (Esoteric Philosophy of Love and Marriage). Fortune estabeleceu então seu próprio Templo, mas em 1929 ela tornou a “Fraternidade da Luz Interior” independente.

Starhawk

Starhawk, nascida como Miriam Simos (Saint Paul, Minnesota, 17 de Junho de 1951), é uma escritora estadunidense, anarquista e auto-denomina-se como bruxa. É bastante conhecida por ser uma teórica sobre o Paganismo, colunista wiccana no Beliefnet.com e uma das primeiras vozes do eco-feminismo.

Vive em São Francisco onde atua na Tradição Reclaiming (que teve a sua origem na década de 1980, em São Francisco, através das influências do poesia de Victor Anderson, da Tradição Feri de Cora Anderson e da Tradição Diânica ensinada por Zsuzsanna Budapest).

É internacionalmente conhecida por ensinar acção directa e não violenta, e, uma activista do movimento de paz, ambiental e de anti-globalização. Viaja e ensina na América do Norte, Europa e Médio Oriente dando conferências e workshops.

Teve bastante influência na decisão da Unitarian Universalist Association of Congregations para incluir tradições baseadas nas fontes de fé da UUA. Dirige numerosos workshops e foi um membro activo do The Covenant of Unitarian Universalist Pagans, Inc.

Isaac Bonewits 

Sacerdote, Mago, Acadêmico, Autor de diversos livros, Bardo, Druida e Ativista, Isaac Bonewits fundou a “New Reformed Druids of North America (NRDNA)”. Participou por pouco tempo da Church of Satan, de Lavey, de onde saiu desapontado com a filosofia religiosa do Satanismo.
Fundou a Aquarian Anti Defamation League, uma organização civil voltada à defesa dos direitos de minorias religiosas, como Rosacruzes, Teosofistas, Neopagãos, Bruxas, Ocultistases, Astrólogos e outros.
Chegou a escrever suplementos para o RPG Dungeons & Dragons, como o “Authentic Thaumaturgy”. No começo da década de 80, participou da Ordo Templi Orientis na California.Fundou a ordem druídica “Ár nDraíocht Féin” Foi levado pelo câncer.

Eliphas Levi
Eliphas Levi Zahed é tradução hebraica de Alphonse Louis Constant, abade francês, nascido no dia 8 de fevereiro de 1810 em Paris. O maior ocultista do século XIX, co-mo muitos o consideram, era filho de um modesto sapateiro, Jean Joseph Constant e de Jean-ne-Agnès Beaupurt, de afazeres domésticos. Possuía uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais velha do que ele. Apesar de mostrar desde menino aptidão para o desenho, seus pais en-caminharam-no para o ensinamento religioso.
Foi assim que aos dez anos de idade ingressou na comunidade do presbitério da Igreja de Saint-Louis em L´lle, onde aprendeu o catecismo sob a direção do abade Hubault, que selecionava os garotos mais inteligentes, que demonstravam alguma inclinação para a car-reira eclesiástica. Desse modo, Eliphas foi encaminhado por ele ao seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet, para concluir seus estudos preparatórios(1). A vida familiar cessou para ele a par-tir desse momento. No seminário, teve a oportunidade de aprofundar-se nos estudos lin-guísti-cos e aos dezoito anos já era capaz de ler a bíblia em seu texto original.
Em 1830, foi transferido para o seminário de Issy para cursar Filosofia. Dois anos mais tarde, ingressou em Saint-Sulpice para estudar Teologia. Foi em Issy que escreveu seu primeiro drama bíblico, intitulado Nemrod; no grande seminário de Saint-Sulpice criou seus primeiros poemas religiosos, dotados de uma grande beleza.
Após seu curso de Teologia, Eliphas ingressou nas ordens maiores, sendo orde-nado subdiácono e encarregado de ministrar o catecismo para meninas. "Esse ministério, diz Eliphas, tão poético e tão suave, foi para mim muito agradável; parecia-me que eu era um anjo de Deus, enviado a essas crianças para iniciá-las na sabedoria e na virtude; as palavras torna-vam-se abundantes para elas em meus lábios, pois meu coração estava repleto e tinha necessi-dade de expandir-se(2)".
Nosso jovem Alphonse não tardou a sentir o despertar em seu interior da força de sua juventude asceticamente reprimida desde a adolescência. Um dia, quando estava ensi-nando o catecismo às meninas, alguém chamou à sacristia. Era uma senhora, com uma jovem pálida e tímida, que pediu a Eliphas que a preparasse para a primeira comunhão. Outros padres tinham recusado por ser ela pobre e a filha doente e tímida. Eliphas não só aceitou a tarefa, co-mo prometeu tratá-la como filha. A menina, que se chamava Adele Allenbach, de uma beleza pura e cândida, pareceu a Eliphas ser a imagem da própria Virgem Maria. Essa beleza juvenil correspondeu para ele a uma "iniciação a vida", pois amou-a ternamente como se fosse uma deusa.
Eliphas Levi foi ordenado diácono em 19 de dezembro de 1835; em maio de l836 teria sido ordenado sacerdote se não tivesse confessado a seu superior o amor que devo-tava à jovem. Suas convicções religiosas receberam um choque tão grande, que Eliphas sentiu-se jogado fora da carreira eclesiástica.
Após 15 anos de estudos, Eliphas deixou o grande seminário para ingressar no mundo, tinha então vinte e seis anos de idade. Sua mãe, ao saber disso, suicidou-se. Abalado, sem experiência do mundo, teve muitas dificuldades para encontrar um emprego. Essa dificul-dade aumentava ainda mais pelo boato que correu, segundo o qual teria sido expulso do semi-nário. Após ter percorrido o interior da França, trabalhando em um circo, Eliphas encontrou em Paris alguns trabalhos como pintor e jornalista. Fundou, com seu amigo Henri-Alphonse Esquirros (3), uma revista denominada "As Belas Mulheres de Paris", na qual aplicava-se co-mo desenhista e pintor e Esquirros como redator.
Mas, apesar desse pequeno parêntese em sua vida, Eliphas não tinha perdido sua inclinação para a vida religiosa. Despedindo-se de Esquirros, partiu em 1839 para o con-vento de Solesmes, dirigido por um abade rebelde. Eliphas aí encontrou uma biblioteca com mais de 20.000 volumes, iniciando-se na leitura dos antigos Padres da Igreja, dos Gnósticos e de alguns livros ocultistas, principalmente os da Senhora Guyon: "A vida e os escritos dessa mulher sublime, diz-nos Eliphas, abriram-me as portas de inúmeros mistérios que ainda não tinha podido penetrar; a doutrina do puro amor e da obediência passiva de Deus desgostaram-me inteiramente da idéia do inferno e do livre arbítrio; vi Deus como o ser único, no qual de-veria absorver-se toda personalidade humana. Vi desvanecer o fantasma do mal e bradei: um crime não pode ser punido eternamente; o mal seria Deus se fosse infinito!"(4).
Eliphas vislumbrou, através do Spiridion e de outros escritos dessa autora, o reino futuro do Espírito Santo, o trabalho do homem de amanhã. O Cântico dos Cânticos lhe foi revelado; compreendeu por que em teologia a esposa tinha preferência em relação a mãe. Ficou imensamente feliz ao compreender que todos os homens poderiam ser salvos.
Partiu de Solesmes sem dinheiro, sem roupas, mas com uma profunda paz no coração. Não acreditava mais no inferno!(5).
Eliphas Levi passou, então, de emprego em emprego, sempre perseguido pelo clero que via nele um apóstata. Foi então que escreveu sua Bíblia da liberdade, desejando di-vidir com seus irmãos as alegrias de suas descobertas (1841). Essa publicação custou-lhe oito meses de prisão e 300 francos de multa! Foi acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contra as bases da sociedade, de propagar o ódio e a insubordinação.
Foi mais ou menos por essa época que conheceu os escritos de Swedenborg. Segundo Eliphas, tais escritos não contêm toda a verdade, mas conduzem o neófito com segu-rança na senda.
Saindo da prisão, realizava pequenos trabalhos, principalmente pintura de qua-dros e murais de igrejas e colaborações jornalísticas. Apesar dos contratempos materiais, não deixou jamais de aperfeiçoar seus conhecimentos e enriquecer sua erudição. Foi após Sweden-borg que encontrou os grandes magos da Idade Média, que o lançaram definitivamente no Adeptado: Guillaume Postel, Raymond Lulle, Henry Corneille Agrippa. Assim em 1845, aos trinta e cinco anos de idade, escreveu sua primeira obra ocultista, intitulada O livro das Lágri-mas ou o Cristo Consolador.
Em 13 de julho de 1846 casou-se com Marie Noémi Cadiot, matrimonio que durou sete anos. Esse casamento foi para ele um suplício. Instigado pela mulher, lançou-se a escrever panfletos políticos, resultando-lhe um segundo período de cárcere. Em 3 de fevereiro de 1847, foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de mil francos de multa, acusado de levar o povo ao ódio e ao desprezo do governo imperial. Sua mulher, grávida, percorreu os ministérios a fim de obter a redução da pena imposta a seu marido, o que conseguiu após seis meses.
Em 1847, sua esposa deu à luz uma menina, que faleceu em 1854, para deses-pero de seu pai, que a adorava. Era uma criança muito doente e esteve várias vezes à morte. "Um dia, diz o Mestre, trouxeram-me essa pobre criança agonizante, porque não ouso dizer morta, por uma estúpida mulher que Noémi, incapaz de ser mãe, tinha admitido como ama-de-leite. A criança estava fria; o coração e o pulso não batiam mais. Noémi, que não soube cuidar dela como devia, estava furiosa, dizendo que mataria o filho da ama-de-leite (que mulher eu tinha, grande Deus!). Para apaziguá-la, jurei-lhe que a menina não estava morta. Transportei o pobre corpo para a cama e coloquei-o sobre meu peito; assoprei ao mesmo tempo em sua boca e em suas narinas; senti que ela começava a se destorcer. Pequei em seguida um pouco de água morna e bradei: Maria! Si quid est in baptismate catholico regenerationis et vitae, vive christi-ana! Ego enim te baptizo en nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti. Meu amigo, não vos conto um sonho: a criança abriu imediatamente seus grandes olhos azuis espantados e sor-riu... Levantei-me precipitadamente com um grande grito de alegria e conduzi-a aos braços de sua mãe, que não podia acreditar no que estava vendo". (6)
A vontade, a Fé, o poder do Verbo Humano, juntos, operam as maravilhas da Natureza que os profanos denominam milagre...
Em l848, Eliphas Levi fundou um clube político, denominado Clube da Monta-nha, com fins eleitorais, no qual era presidente; Noémi Constant era a Secretária e Esquirros um dos vice-presidentes. Para sorte dos ocultistas, somente Esquirros foi eleito de-putado para a Assembléia Nacional (1849). Em 1851, Esquirros partiu para o exílio, na Inglaterra, onde escreveu uma série de obras, sendo uma delas de cunho ocultista, apesar de seu título (O Evangelho do Povo). Entre os discípulos de Esquirros contava-se Henri Delaage, Iniciador de Papus, em 1882 na Sociedade dos Filósofos Desconhecidos, entidade que provém de Louis Claude de Saint-Martin. Foi a partir desse episódio que Eliphas Levi abandonou inte-gralmente sua obra social, para dedicar-se exclusivamente ao Ocultismo.
"Na Bíblia da Liberdade, explica-nos Eliphas, saudamos o gênio da revolução, do progresso e do futuro. Na festa de Deus, Assunção da Mulher e Emancipação da Mulher procuramos explicar nossa religião materna. Na Última Encarnação demonstramos o papel do Cristo sobre a terra e saudamos o gênio do Evangelho, marchando ã frente do progresso. Agora, nossa obra social está concluída; não pedimos por ela, indulgência nem severidade. Escrevemos o que ditou nossa inteligência e nosso coração"(6).
Sabemos a origem dos estudos ocultistas de Eliphas Levi, mas permanece obs-cura sua origem iniciática. Sabemos de suas relações de amizade com Hoene Wronski e com Edward Bulwer Lytton. O polonês Wronski, falecido no dia 9 de agosto de 1853, em Paris, deixou setenta manuscritos catalogados por sua esposa, à Eliphas Levi e outros, os quais fo-ram doados à Biblioteca Nacional de Paris.
Em 1854, um ano após a morte de Wronski, Eliphas viajou à Londres, onde se encontrou com inúmeros ocultistas ingleses, que lhe pediram revelações e prodígios. Longe de querer iniciá-los na magia cerimonial, isolou-se no estudo da Alta Cabala.
Havia um, contudo, Adepto de primeira linha, que se tornou grande amigo de Eliphas Levi: Bulwer Lytton, autor de Zanoni, Os Últimos Dias de Pompéia, A Raça Futura, etc. Os dois Mestres teriam trocado informações iniciáticas dos mais altos interesses para as sociedades ocultistas, das quais certamente eram os chefes. Haveriam inclusive, realizado tra-balhos espirituais entre 20 e 26 de julho de 1854, em Londres. As anotações relacionadas com esses eventos foram parar nas mãos de Papus, sendo publicadas, em parte, em um dos números da Revista L´Initiation. Registram três visões, de São João, de Jesus e de Apolônio de Tiana, os quais lhes teriam revelado os mistérios dos Sete Selos do Apocalipse; alguns enigmas do futuro, que desejavam saber; detalhes da Magia Celeste (revelados pelo livro do Rabino Inaz que lhes indicaram onde encontrar), as chaves dos milagres, bem como o sagrado dever de honrar a Coroa, uma vez conquistada.
Retornando a Paris, instalou-se no atelier do pintor e discípulo Desbarrolles, uma vez que estava separado de sua esposa Noémi (fato ocorrido antes de partir para Lon-dres). Desenrolou-se nova etapa em sua vida. Foi a fase do Adeptado. Em 1855 fundou a Re-vista Filosófica e Religiosa (cujos artigos principais encontram-se em seu livro A Chave dos Grandes Mistérios). Nesse mesmo ano publicou seu Dogma e Ritual da Alta Magia e o poema Calígula, identificado no personagem, o imperador Napoleão III. Foi preso imediatamente. No fundo da prisão escreveu uma réplica, o Anti-Calígula, retratando-se. Foi posto em liberdade.
Em 1859 veio à luz sua História da Magia, formando com A Chave e o Dogma a Trilogia ocultista tida como bíblia por seus discípulos, entre os quais, nessa época, figuravam Desbarrolles, Delaage e Rozier. Os dois últimos vieram a transmitir a Papus e aos demais ocultistas do fim do século XIX e precioso depósito da Tradição, proveniente de Martinez de Pasqually, Willermoz, Saint-Martin e vivificada por Eliphas Levi.
O círculo de amigos de Eliphas Levi era constituído por uma elite de homens de Desejo, que se reuniam na casa de Charles Fauvety. Constavam-se entre os discípulos parisien-ses, além dos mencionados acima, Louis Lucas (autor de Química Nova), Louis Ménard (tradutor de Hermes Trismegisto), o conde Alexandre Branicki, Littré, Considérant, Reclus, Leroux, Caubet, Eugène Nus, Constantin de Branicki. O Conde Alexandre de Branicki, polo-nês, amigo pessoal de Bulwer Lytton, era tido como o principal discípulo de Eliphas Levi, "o mais avançado em Cabala"(8).
Mas nem todos os discípulos do Mestre habitavam em Paris, como era o caso do Barão Nicolas-Joseph Spédalieri, nascido em 1812, na Sicília. Iniciado desde os vinte anos na Sociedade dos Martinistas de Nápoles, era leitor assíduo de Louis Claude de Saint-Martin, o Filósofo Desconhecido. Aos trinta anos, fixou residência na França (Marselha). Em 1861, entrou em contato com o autor do Dogma e Ritual de Alta Magia, tornando-se seu discípulo. A correspondência entre Eliphas e Spedalieri, iniciada em 24 de Outubro de 1861, prolongou-se até 14 de Fevereiro de 1874.
Apesar de cultivar relações de amizade com pessoas ricas, que freqüentava, Eliphas levava uma vida bastante simples. Suas regras eram: "uma grande calma de espírito, um asseio com o corpo, uma temperatura sempre igual, de preferência um pouco mais fria do que quente, uma habitação arejada e bem seca, onde nada lembre as necessidades grosseiras da vida, refeições regulares e proporcionais ao apetite, que deverá ficar satisfeito e não excitado. Uma alimentação simples e substanciosa; deixar o trabalho antes do cansaço; fazer um exercí-cio moderado e regulado; jamais aquecer-se ou excitar-se à noite, para que a maior calma pre-ceda o sono.
Com uma vida regulada assim, pode-se prevenir todas as doenças, que se apre-sentam sempre sob a forma de indisposições, fáceis de combater com remédios simples e bran-dos... uma xícara de vinho quente para o enfraquecimento e o resfriado, alguns copos de hi-dromel! como purgativo, infusão de borragem(9) e leite para a gripe, muita paciência e alegria farão o resto"(10).
Em agosto de 1862 editou seu livro Fábulas e Símbolos, considerado por ele mesmo como o mais profundo que escreveu. Ao elaborar essa obra, conta-nos Eliphas, o Es-pírito projetou-se em sua alma, de sorte que via todo o conteúdo do livro na Luz, antes de ser escrito. Toda a obra foi feita de um só fôlego, sem qualquer rasura. As idéias brotavam espon-taneamente e coisas simples e belas emergiam da Luz, admirando o próprio autor. "Que a Vontade de Deus seja feita! Exclamou Eliphas. Estou maravilhado e espantado pelas grandes obras que Ele me faz executar. Se soubésseis como meu mérito é pequeno... Sou um verda-deiro cadáver que o Espírito Santo anima".(11)
Suas obras causavam impacto no mundo ocultista da França e do exterior. Re-cebia visitas de toda espécie: curiosos, ocultistas, estudantes sinceros, aprendizes de feiticeiro ... "Um dia, diz Eliphas, entre três e quatro horas da tarde, ouvi alguém bater a minha porta. Eram sete batidas secas, assim espaçadas: 00-0-00-00. Abri a porta e um rapaz muito bem vestido e de boa apresentação entrou lentamente, rindo, com um ar um pouco sarcástico, di-zendo-me em um tom familiar: "meu caro Senhor Constant, estou encantado por encontrá-lo em casa". Tendo dito isso, passou para meu escritório como se estivesse em sua própria casa e sentou-se em minha poltrona.
"Mas Senhor, disse-lhe, não vos conheço"! Ele soltou uma gargalhada: "Sei perfeitamente disso: é a primeira vez que me vedes, pelo menos sob esta forma. Mas eu vos conheço muito bem! Conheço toda vossa vida passada, presente e futura. Ela está regulada pela lei inexorável dos números. Sois o homem do Pentagrama e os anos terminados pelo nú-mero cinco sempre vos foram fatais. Olhai para traz e julgai: em 1815 vossa vida moral come-çou, pois vossas recordações não vão além, em 1825 ingressastes no seminário e entrastes na liberdade de consciência; em 1845 publicastes A Mãe de Deus, vosso primeiro ensaio de sín-tese religiosa, e rompestes com o clero; em 1855 vós vos tornastes livre, abandonado que fos-tes por uma mulher que vos absorvia e vos submetia ao binário. Notais que se houvésseis con-tinuado juntos, ela vos teria anulado completamente ou teríeis perdido a razão. Partistes em seguida para a Inglaterra; ora, o que é a Inglaterra? Ela é o Iod da Europa atual; fostes tempe-rar-vos no princípio viril e ativo. Lá vistes Apolônio, Triste, barbeado e atormentado como estáveis naquele período. Mas esse Apolônio, que vistes era vós mesmo; ele saiu de vós, en-trou em vós e em vós permanece".
"Vós o revereis neste ano de 1865, mais bonito, radioso e triunfante. O fim na-tural de vossa vida está marcado (salvo acidente) para o ano de 1875(12); mas se não morrer-des neste ano, vivereis até 1885. Apolônio, quando o vistes, temia as pontas das espadas; vós as temeis como ele, pois neste momento, me tomais por um louco. Como um dia alguém quis assassinar-vos(13), perguntais inquietamente se não vou terminar minha extravagante alocução com um gesto semelhante (aqui começou a rir). Sim, sou louco, acrescentou, retomando seu ar sério, mas não sou a loucura morta, sou a loucura viva; ora, a loucura viva é o inverso da sa-bedoria de Deus. Sabeis vós o que é Deus? Deus sois vós, se sou Satã é Deus visto ao contrá-rio.
"Existem atualmente dois grandes escritores, continuou o estranho visitante, que são úteis ã Ciência, Mirville e Eliphas Levi. A todo tempo são necessárias duas colunas; vós sois Jakin, ele é Boaz. Sabeis bem que nenhuma força se produz sem resistência, nenhuma luz sem sombra, nenhuma afirmação sem negação". Calou-se por alguns instantes e eu lhe per-guntei:
- Sois Espírita? Respondeu-me gravemente: "Os espíritas são escorpiões que inoculam um veneno cadavérico sob as pedras tumulares. Atraem os mortos, mas não os res-suscitam. Em breve a terra estará coberta de cadáveres que andam. Estamos em uma época de morte. Louis-Philippe era um Mercúrio sem asas na fronte; ele as tinha nos pés e foi-se. Napo-leão III é um Júpiter sem estrela; após ele virá o Saturno coxo, o rei das ganchas e dos padres. O Senhor Conde de Chambord... "O visitante refletiu um instante, olhou-me fixamente e disse de repente: "Por que não quereis ser papa"? Dessa vez fui eu quem soltou uma garga-lhada. Respondi-lhe: - Porque não quero ser despropositado. "Ah! disse-me ele, ainda tendes um véu para rasgar e não conheceis vossa força toda-poderosa, acrescentou, retratando-se. Nós dois já criamos e destruímos muitos mundos e vós não ousais aspirar a governar um. Es-perai, então, a derrota, o esmagamento dos tímidos, a cruz desse pobre homem que se cha-mava Jesus Cristo".
"Mas, finalmente, quem foi vós"?, perguntei-lhe, então, levantando-me.
"Vós negastes minha existência, respondeu-me ele; chamo-me Deus. Os imbecis denominam-me Satã. Para o vulgo chamo-me Juliano Capella. Meu envelope humano tem vinte e um anos; ele nasceu em Bordéus; tem pais italianos".
"Enquanto esse rapaz falava, eu sentia um peso extraordinário na cabeça; pare-cia-me que minha testa iria explodir. Observava meu interlocutor com surpresa. Seu rosto lem-brava os retratos de Lord Byron, com menos correções nos traços; possuía as mãos muito brancas e carregadas de anéis, o olhar seguro e crepitante de sarcasmos, a boca vermelha, os dentes regulares". (14)
O curioso visitante partiu e jamais os biógrafos de Eliphas Levi encontraram qualquer traço dele. O ano de 1865, como ele tinha predito, foi triunfal para Eliphas, pois a publicação de sua Ciência dos Espíritos trouxe-lhe enorme reputação entre os ocultistas de seu tempo.
No dia 31 de maio de 1875 faleceu Eliphas Levi. Aqueles que o acompanharam até o último momento testemunharam sua grande coragem e resignação. No momento de expi-rar, estava bastante calmo. Sua vida tinha sido plena de realizações espirituais. Havia cumprido a missão de iniciado e de iniciador. Acima de seu leito, estava fixado um crucifixo, que olhava seguidamente nos últimos momentos. Disse antes de expirar: "Ele prometeu o Consolador, o Espírito. Agora espero o Espírito, o Espírito Santo". O Mestre faleceu logo em seguida.


Dedicando praticamente todo seu tempo à pesquisa da verdade e ao apostolado perante seus discípulos, Eliphas Levi levou uma vida bastante humilde. Os bens materiais que possuía não passavam de muitos livros e algumas obras de arte, como prova seu testamento, redigido em uma quarta-feira, no dia 26 de maio de 1875, cinco dias antes de sua morte:
"Em nome da Justiça e da Verdade, este é meu testamento:
Lego ao Conde Georges de Mniszech meus manuscritos, livros e instrumentos de ciência, particularmente uma dupla esfera metálica portanto um resumo de todas as ciên-cias.(15)
Desejo que ninguém toque em meus; manuscritos, a não ser o Conde de Mniszech, a condessa sua esposa, o Conde Branicki e a senhora Gustaf Gebhard, que reside na rua Koenigstrasse, 64, em Esberfeld.
Meu amigo Edouard Pascal, que se ocupou de mim com o maior devotamento, escolherá dentre meus livros não científicos e entre meus objetos de arte e de curiosidade o que lhe interessar.
Lego à minha irmã Pauline Bousselet, que sou forçado a deserdar, por causa de meu cunhado, todos os meus quadros e objetos de devoção.
Desejo, ademais, que todas minhas vestes e roupas em geral sejam legadas às irmãs de caridade da rua Saint-Jacques. O que resta de móveis, curiosidades, tapeçarias, vasos, pratos de cobre, etc., será vendido e o resultado dividido entre as pessoas que se ocuparem de mim até os últimos momentos; não me refiro a mercenários, mas a amigos".
O Conde de Mniszech faleceu em 1885. Os manuscritos de Eliphas Levi foram vendidos e dispersos; mas graças a Stanislas de Guaita foram reencontrados. Cabe salientar que a Condessa de Mniszech era prima da Condessa Keller, esposa de Saint-Yves d´Alveydre, o Mestre intelectual de Papus, fato que certamente facilitou a recuperação dos preciosos ma-nuscritos.
Edouard Pascal ficou também com a espada mágica de Eliphas Levi e com a famosa caderneta de anotações referentes aos trabalhos mágicos de Londres. Em 1894 esses objetos caíram nas mãos de Papus, graças a intercessão de amigos que conheciam a viúva de Pascal.
O Filho de Eliphas Levi que só viu o pai no dia de sua morte, acompanhou-o até a sua última morada.(16) M.A.C. foi visto em 1914 por Chacornac, que ficou admirado com sua extrema semelhança com Eliphas Levi. Era um velho de estatura média, de cabelos brancos e que exalava bondade. Mostrou-lhe sua biblioteca, com quase todas as obras de seu pai, cui-dadosamente encadernadas. Presenteou-o com um busto de Eliphas e com um de seus manuscritos, denominado O livro de Hermes. Compunha-se de 294 folhas, com 47 figuras no texto e com 78 lâminas do Tarot, em anexo, desenhadas pelo próprio autor. Em 1919, Chacor-nac encontrou-se com o neto de Eliphas Levi, filho de M.A.C.
M.A.C. legou em 1914, a amigos de Papus, manuscritos inéditos de Eliphas, e objetos pessoais do Mestre. A Tradição Ocultista continuou através dos discípulos póstumos de Eliphas Levi Zahed. A vida continua depois da vida; o sol parte e vem a noite; mas ele não deixa de renascer no dia seguinte, para aquecer e iluminar todos os recantos da Natureza.

Charles Godfrey Leland

Charles G. Leland é descendente de uma antiga família inglesa que imigrou para os EUA por volta de 1636. Foi um estudioso do folclore mundial, tendo escrito alguns livros clássicos sobre os ciganos ingleses e sobre as bruxas italianas. Seu livro mais famoso é “Aradia, o Evangelho das Bruxas”.

Da sua infância numa próspera família americana, aprendeu sobre fadas com uma empregada imigrante irlandesa, assim como sobre Vodoo com uma cozinheira de sua casa.

Em 1870 mudou-se para a Inglaterra, onde começou seus estudos sobre os ciganos ingleses, cujo folclore lhe interessava. Aprendeu romanês e depois de muitos anos foi considerado pelo próprio povo cigano como um membro de sua comunidade.

Em 1888 se mudou para Florença, na Itália, onde estudou a bruxaria italiana. Sua principal fonte de estudos era uma misteriosa bruxa chamada Maddalena, que lia tarot pelas ruas da cidade.

Sobreviveu menos de um ano após a morte de sua esposa, Isabel. Deixou diversos escritos incompletos.


Laurie Cabot

Durante a escola começou a estudar bruxaria com uma mulher que conhecera numa biblioteca e por quem acabou sendo iniciada aos 16 anos. Seus dons psíquicos porém, a acompanham desde a infância.

Após dois casamentos desfeitos, mudou-se com as duas filhas e uma amiga para Salem, onde começou a lecionar bruxaria como uma ciência nas escolas locais. Sua fama cresceu tanto que foi chamada pela polícia local para ajuda-los com suas habilidades psíquicas. Posteriormente abriu uma loja de artigos de bruxaria, a qual se transformou em atração turística da cidade. Freqüentemente está na TV ou no rádio explicando ao grande publico sobre a bruxaria como religião natural e suas relações com o meio ambiente.

Como ferrenha ativista pelos direitos civis, fundou a “Witches League for Public Awareness (WLPA)”, uma organização que tem como objetivo desmistificar a bruxaria, além de lutar pela igualdade de direitos com as demais religiões.Sendo extremamente interessada em ciência, Laurie a utiliza largamente como embasamento para suas explicações relativas a magia, ocultismo e eventos paranormais. Por essa razão fundou a Cabot Science Tradition of Witchcraft, que ela descreve como sendo uma Tradição céltica e pré gardneriana.Em 1977 recebeu o título de “The Official Witch of Salem” das mãos do então governador do estado de Massachusetts e em 1988 foi ordenada Reverenda da “National Alliance of Pantheists”, título que a habilita a realizar cerimônias de casamento reconhecidas legalmente.


Zsussana Budapest

Ela é a fundadora do movimento bruxaria "feminista moderno". Conhecido como professor magia poderosa que está muito em recuperar a "mulher selvagem dentro", ela nasceu em Hungry cerca de 56 anos atrás, e fugiu desse país como refugiado com sua mãe, uma bruxa e escultora.Histórias contam que ela é hábil em magias, e é uma defensora da bruxaria, especificamente para afastar o assédio sexual no trabalho.








Arthur E. Waite


Teosofia, mas foi influenciado, principalmente, pelos escritos de Eliphas Levi, que o inspirou a iniciar uma carreira no exame acadêmico e a popularização das filosofias ocultas e místicas.

Waite entrou para a Aurora Dourada em 1891. Continuou com seus escritos ocultos, traduzindo manuscritos acadêmicos e editando um jornal de Ocultismo. Quando a Aurora Dourada se rompeu em 1900, Waite tornou-se maçom e iniciou suas próprias Ordens: primeiro, a Ordem Retificada da Aurora Dourada, em 1904, e depois a Sociedade da Cruz Rósea, em 1915. Waite passou o resto de sua vida pesquisando e escrevendo a respeito de diversos assuntos ocultos e herméticos, tendo se especializado na história da Maçonaria. Auxiliou no desenvolvimento do famoso baralho de Tarô de Rider- Waite e escreveu diversos livros que ainda são populares atualmente.



Bom pessoas, é isso! Gostaria de dizer que a Tuatha tambem é cultura!!!!!!kkkkkk 
Agradeço a Grande Mãe por ter traçado o destino de cada magista e ter feito o conhecimento, mesmo que com tantas dificuldades, chegar até nós.
Que assim Seja!

A todos,


Pax Lux et Nox

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