sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Cabbalah- A Luz de Deus


A Cabala é uma das correntes místicas do judaísmo que começou a influir na tradição esotérica ocidental à partir do século XVI. O termo Cabala, tem sua origem na palavra hebréia KABBALAH (pronuncia-se Cabalá e significa Tradição), deriva da raiz LEKABEL, que significa literalmente "receber". A Cabala é considerada a Ciência Sagrada dos Números.

A origem da Cabala se perde na noite dos séculos, ali onde se gestou o Universo, no ventre de Maha Kundalini, A Grande Mãe Cósmica. A data exata de sua origem é desconhecida. Consta da tradição mística dos cabalístas, que Deus teria ensinado a Cabala a um gupo seleto de anjos, que teriam ministrado tais ensinamentos à Adão, que os transmitiu à Noé, este teria migrado para o Egito, onde os Hierofantes absorveram esse conhecimento e o introduziram em seus sistemas filosóficos. Moisés teria sido inciado na "Cabala Sagrada" durante o período em que viveu entre os egípcios e, posteriormente teria difundido esse conhecimento entre o Povo Hebreu.

Alguns cabalistas afirmam que, de acordo com as escrituras, o primeiro cabalista, foi Abraão. O Patriarca Hebreu teria recebido diretamente de Deus a revelação dos mais elevados mistérios e maravilhas da criação do universo e da existência humana. Inspirado nessa revelação, elaborou o primeiro trabalho sobre a Cabala, que explica os 32 caminhos da sabedoria utilizados no processo da Criação, o "Sefer Yetzirah" ou o "Livro da Criação". Abraão teria transmitido oralmente aos seus descendentes todo o conhecimento que adquiriu e o método que utilizou para aprender a Cabala e esta tradição seria mantida durante séculos até Moisés.

Sete gerações depois de Abraão, no Monte Sinai, Moisés teria registrado tais "Mistérios" nas "Tábuas da Lei" ou os "Dez Mandamentos". Além disso, teria estabelecido os princípios dessa doutrina sagrada nos quatro primeiros livros da Torah (pronuncia-se Torá): Bereshit (Gênesis), Shemot (Êxodo) Vayicrá (Levítico) e Bamidbar (Números), mas não no Devarim (Deuteronômio). Esses cinco livros (pentateuco) compõem a Torah, que pode ser interpretada em duas dimensões distintas: a exotérica (pública), que nós conhecemos, como o corpo de leis que expressam as vontades de Deus, e a esotérica (secreta), com a compreensão dos segredos da criação. Durante muitos anos, a Cabala ficou restrita a um pequeno grupo de eruditos, que estudavam a Torah de dia e a Cabala após a meia-noite, conforme nos revela o Rei David, no Salmo 119: 62. "À meia noite me levantarei para Te louvar, pelos teus justos juizos".

Outras fontes citam os tratados do Rabino Simen Ben Jochai, que foram compilados por seu filho o Rabino Eleazar. A partir desses escritos, surgiu o "Zohar", ou "O Livro do Esplendor" . O Zohar explica que o desenvolvimento humano ocorre em 6000 anos, durante este tempo as almas seguem um contínuo processo de desenvolvimento, a cada geração. No fim do processo, todas as almas alcançam a posição chamada (Tikun) o fim da correção, o mais alto nível de espiritualidade e completude. Somente no século XIII é que estes textos, complementados por Moisés de Leon, vieram à luz e foram publicados na Espanha por volta de 1285. O "Zohar", o "Sefer Yetzirah" , juntamente com a "Torah", são os mais importantes textos da Cabala.


CABALA E TAROT

O Tarot Egípcio teria sua origen no livro de Thot e é composto de 78 lâminas: 22 Arcanos Maiores numerados de 1 a 22 (este último simboliza também o zero), e 56 Arcanos menores numerados de 23 a 78. Não existem evidências físicas que comprovem a teoria de que o Tarot tenha se originado no Antigo Egito. Entretanto existem fortes razões para se acreditar que o Tarot, enquanto coleção de imagens místicas, nos remete aos primórdios da civilização do Antigo Egito. O ciclo de lendas sobre a ressurreição de Osíris é a parte mais importante na mitologia egípcia. Foi o ponto central de sua religião por mais de 3 mil anos. O mito da morte de Osíris e de sua ressurreição por meio da magia de Ísis tornou-se a base da fé do povo egípcio, confirmando a crença na vida após a morte. Existe uma grande relação entre o mito de Osíris e as tradições dos Arcanos Maiores. Veja à seguir um breve relato dessa lenda mítica, através das cartas do tarot:

O mundo foi criado por Amon (O Louco-0 ou 22 ) das profundezas escuras de Nut. Seus ensinamentos são transmitidos pelo deus do tempo, Toth (O Mago-01). (A Sacerdotisa-02) é Ísis, esposa-irmã de Osíris. E Hator (A Imperatriz-03) é um outro aspecto de Ísis. O primeiro governante deste mundo recém-criado é Amon-Rá (O Imperador-04) e seu sucessor será Osíris (O Hierofante-05). Os pais e avós dos deuses aparecem na carta (Os Amantes-06). (O Carro-07), mostra Hórus, o filho de Ísis e Osíris. À medida que diminui o poder de Rá, Seckhmet (A Força-08) tenta conduzir seus difusos objetivos de volta à ordem. (O Eremita-09) mostra Osíris em sua jornada para o leste, onde disseminou o conhecimento entre os povos ainda não civilizados. Em (A Roda da Fortuna-10), o deus-criador Khnum está à frente do eterno giro do destino, enquanto Hórus e Set lutam pelo poder. O reinado de Osíris e Ísis foi uma época de justiça e igualdade para todos (A Justiça-11). Por fim, Osíris volta ao Egito, mas entende que é preciso entregar-se, na forma de auto-sacrifício (O Enforcado-12), para poder avançar espiritualmente. Ele permite que seu corpo caia na armadilha do caixão (A Morte-13). Ísis e sua irmã Néftis (A Temperança-14) partem em busca do corpo de Osíris. Set (O Diabo-15) e seu assistente Apófis assumem o governo do Egito, escravizam a população e acorrentam toda a humanidade. Osíris é encontrado, mas seu corpo novamente é raptado por Set que desta vez, corta-o em 14 partes. Manda destruir suas obras, seus templos e destrói totalmente sua imagem (A Torre-16). Ísis (A Estrela-17), novamente sai à procura de seu amado, agora com o auxílio de Toth (A Lua-18), disfarçado num Íbis, o corpo de Osíris é encontrado pela segunda vez. Por meio de magia Hórus (O Sol-19) é concebido e o deus morto atravessa o portão do reino dos mortos para tornar-se seu novo governante. Hórus, a criança, nasce em perfeito equilíbrio. (O Julgamento-20) mostra Osíris ressurgido na forma de Senhor do Mundo das Trevas, Amenti, a terra à oeste, libertando seus súditos de suas amarras. Por fim, o equilíbrio universal é restaurado pela deusa Nut (O Mundo-21).

Como podemos verificar, as cartas encaixam-se naturalmente em dois grupos: o primeiro de 0 a 8, apresenta os deuses mais importantes; o seguinte, de 9 a 21, conta a história da morte e da ressurreição de Osíris. Os Arcanos Menores lidam com os fatos cotidianos e as potencialidades do indivíduo. É na verdade a essência da experiência pessoal, o inconsciente individual. Formados por quatro grupos de 14 cartas cada um, os quais correspondem aos naipes no baralho comum : os "paus" correspondem as cartas 23 a 36, as "copas" as cartas 37 a 50, as "espadas" as cartas 51 a 64 e os "ouros" as cartas 65 a 78.

Estes grupos de cartas representam com precisão as quatro estações em sua forma natural, ao longo da nossa vida: A Primavera, o Verão, o Outono e o Inverno. Existem quatro Princípios que compõe e penetram em todas as coisas, e externamente se manifestam como: Fogo, Água, Ar e Terra e no homem como: Corpo Físico, Emoções, Pensamentos e Vontade.
 

De acordo com a tradição cabalísta, o autor do Tarot foi o anjo Metratón, chefe da sabedoria da Serpente, o profeta Enoch, do qual nos fala a "Torah". O anjo Metratón ou Enoch nos deixou o Tarot no qual se encerra toda a Sabedoria Divina, que foi escrito em Pedra. Também nos deixou as 22 letras do alfabeto hebraico. Segundo a Cabala, este Grande Mestre vive nos mundos superiores, no mundo de Aziluth, um mundo de felicidade inconcebível, a região de Keter.

Recordai que "Tudo está em Tudo" ou "O que está em cima é igual ao que está em abaixo". Os antigos cabalistas sintetizaram os múltiplos fenômenos em uma só palavra que é o expoente daquilo que chamamos "Deus", esta palavra é Jehova. Em hebraico se escreve (da direita para a esquerda) com quatro letras:
 
HE - VAU - HE - IOD

A primeira letra "IOD", representa o princípio ativo: Iniciativa. A segunda letra "HE" expressa o princípio passivo: a Inércia. A terceira letra "VAU" representa o princípio do equilíbrio: o neutro. A quarta letra "HE" simboliza a energia latente, o transitivo ou o princípio de manifestação em outro plano, reflexo da primeira letra "IOD". O pai representa a ação Divina no material em forma neutra e os Netos ou a família em conjunto, a ação transitiva.

Nos Arcanos Menores estas forças ou personagens estão representadas pelos arcanos 23,24,25 e 26 do primeiro grupo de 14 cartas, Arcanos 37,38,39 e 40 do segundo grupo, e Arcanos 65,66,67 e 68 do último grupo.

As escolas dos Mistérios Egípcios de Alexandria, exerceram forte influência sobre as culturas antigas, dessa forma não é de se estranhar que o tarot possua elementos da Cabala. O tarot explica também a grande tradição hebraica, a qual está baseada num hieróglifo chamado a "A Árvore da Vida"; dela se extrai a explicação geral dos Arcanos Menores, abrindo imensos campos de importância prática e forma a base filosófica da arte da adivinhação.

Dois aspectos são necessários para realizar algo satisfatório nesse sentido: Intuição e Erudição, as quais se pode sintetizar em uma, ou seja: O Desenvolvimento da Consciência.

CABALA E NUMEROLOGIA


Cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico possui um valor numérico que varia de 1 a 400. O cálculo da equivalência numérica das letras, palavras e frases propicia a descoberta de inter-relações de diferentes conceitos e exploração de inter-relacionamento entre palavras e idéias. Para a Cabala, as equivalências numéricas não são coincidências. Desde que o mundo foi criado através da "palavra" divina, cada letra representa uma diferente força criativa. Portanto, a equivalência numérica de duas palavras revela uma conexão interna entre o potencial criativo de cada uma. 

A "Gematria", ou "Numerologia Cabalística", consiste basicamente em tomar uma palavra hebreia, letra por letra e transformá-las em números, soma-se esses números e depois encontra-se outra palavra hebreia, cujas letras tenham uma soma igual, essa técnica ainda é utilizada para interpretar os textos sagrados e também para propor mudanças de nomes. Observe que na tabela abaixo, não existe nenhuma letra que corresponda ao número 9. Isto porque na tradição das Ordens Esotéricas mais secretas, o número 9 simboliza o "Nome Misterioso" do Poder Supremo de Deus, a "Palavra Perdida" dos Maçons e por essa razão não poderia ser representada por uma única letra do alfabeto.


OS SEFIROT


A Cabala trata dos nomes de Deus e da força inserida nas letras que o compõem. Seu objetivo é elevar o ser humano espiritualmente, para que este possa entrar em conexão com Deus, e para isso precisa vencer algumas etapas, os Sefirot, um diagrama que representa os atributos, as virtudes e qualidades divinas e que pode ser entendido como um canal para o divino.

De acordo com o "Sefer Yetzirah", do qual o termo foi originalmente tomado, Sefirot (plural de sefirá) significava números, porém com o gradual desenvolvimento da terminologia mística, passou a ser traduzido por "esferas" ou "regiões", simbolizando a emergência de poderes, virtudes e emanações divinas. Cada sefirá é um modo ou um poder específico através do qual Deus governa e sustenta o Universo. Ao conjunto de dez "sefirot" , dá-se o nome de "Árvore da Vida", também conhecida como "a árvore do conhecimento do bem e do mal", cujos "frutos" estavam proibidos para Adão e Eva no Paraíso, até que a "Serpente" os tentou.

A ÁRVORE DA VIDA





Esta árvore representa graficamente, dez emanações da divindade, dez aspectos do universo manifestado e dez elementos da psicologia humana, constituindo a chave para decifrar os mistérios da Cabala.
As palavras em hebraico, significam :


MALKUTH = Reino,
YESOD = Fundamento,
HOD = Glória,
 NETZACH = Vitória,
TIPHARET = Beleza,
GEBURAH = Julgamento,
CHESED = Amor,
BINAH = Inteligência,
CHOKMAH = Sabedoria,
KETHER = Coroa.

Existe ainda mais uma sefirá, DAAT = Conhecimento, ausente na árvore da vida, normalmente representada por um círculo tracejado entre BINAH e CHOKMAH. DAAT é considerada uma sefirá imaginária, necessária para equilibrar BINAH e CHOKMAH.

OS CARACTERES HEBRAICOS

Uma característica única da Cabala é que ela não apenas nos dá a informação, em termos de auto-conhecimento, quais são nossas características internas, o porquê, e qual é a correção espiritual necessária, mas também nos dá as ferramentas com as quais podemos fazer tais correções.

Essas ferramentas tomam as formas das letras hebraicas que, não são apenas letras em uma linguagem. De acordo com a Cabalá, cada letra é na realidade uma entidade espiritual que teve participação na criação do Universo e dos planetas físicos. Cada planeta e cada signo estão associados a uma letra hebraica que os controlam.

Portanto, a cada mês, temos duas letras correspondentes ao período. Entendendo qual letra hebraica pode controlar cada força astrológica, podemos nos conectar a esse poder e nos elevar acima do destino com o qual nascemos. Esse é o poder das letras hebraicas: elas nos dão a energia para estarmos no lugar certo, no momento certo e de encontrar a pessoa certa no momento certo.

O principal objetivo do estudo da Cabala não é nos estimular intelectualmente, mas nos dar ferramentas reais para compreendermos o porquê das características que nos motivam, e mais importante, utilizando o acesso que cada letra hebraica pode nos dar, absorver a energia interna necessária para que possamos corrigir os obstáculos que nos perturbam, e remover o caos de nossas vidas.

As letras do alfabeto hebraico são 22 forças energéticas que originaram toda a criação e se manifestam em nosso mundo como formas e vibrações que podemos visualizar e vocalizar. Em combinações diversas, essas letras formam o código genético cósmico, e nos conectam com diferentes tipos de energia.

Essas letras, pela característica de suas formas, ressonância e vibração de seu som, atuam como antenas que estimulam e liberam as formas da mesma energia invisível da criação. Cada letra individualmente representa uma energia específica. Cada som gerado pela vibração da pronúncia da letra representa uma força energética diferente. Além disso, a diferente combinação de letras cria diferentes tipos de energia, da mesma forma que diferentes combinações de notas musicais criam diferentes tons e melodias.

Assim como uma chave, com a qual conseguimos abrir uma porta, a forma específica de uma letra hebraica torna-se uma ferramenta para abrir a porta de nossa alma. Uma das maneiras mais poderosas para que, aqueles que não são versados na pronuncia correta das letras hebraicas, possam captar a energia das letras, é o contato visual, já que os olhos são as janelas da alma.

Nossa alma e as forças contidas nas letras hebraicas são construídas do mesmo material, a Chama da Luz do Criador. Quando nossos olhos captam as formas das letras hebraicas, uma ressonância é criada entre a Luz e a alma. Quando essas duas forças se conectam, pela visualização, meditação ou pronuncia das letras, uma ressonância é criada e a energia é transferida para a alma.

O Criador tem muitas formas diferentes de energia que podemos acessar, denominadas os "72 nomes de Deus". Cada uma dessas energias tem suas próprias características, cada uma delas tem alguma coisa a nos oferecer.

Os nomes de Deus não são na verdade nomes, são 72 combinações de letras hebraicas, que têm o extraordinário poder de superar as leis da natureza. Cada conjunto de letras corresponde à um atributo da divindade, que funciona como um transmissor de energia da Luz divina para o nosso mundo físico. Cada seqüência serve para atrairmos uma energia específica para determinada situação ou necessidade, porém para que possamos fazer o uso adequado dessa poderosa ferramenta, é preciso que tenhamos conhecimento dos seus significados. Se você deseja acessar um dos 72 nomes de Deus, precisa de uma chave específica. As chaves são as 22 letras hebraicas.


OS HEBREUS E A CABALA

OS HEBREUS

Em aproximadamente 1.900 a.C., pastores nômades fixaram-se na região formada pelas terras áridas da Judéia, a planície costeira do mediterrâneo, a região montanhosa de Samaria e o vale do Rio Jordão. Foi o marco inicial da história do povo hebreu.

Os Patriarcas

Segundo a Bíblia, Abraão foi o primeiro patriarca e dele descendem todos os hebreus. Naquela época o povo hebreu não possuia unidade política. Vivia em tribos, cujos líderes eram os patriarcas. Jacó, neto de Abraão, trocou seu nome para Israel ( que significa "combatente de Deus"). Israel teve doze filhos que deram origem às doze tribos de Israel.
Por volta de 1.700 a.C. o povo hebreu mudou-se para o Egito devido a uma grande seca que assolou a região. Com o tempo, o povo hebreu foi escravizado pelos sucessivos faraós egípcios, período que durou por volta de 400 anos.
A libertação foi obtida por Moisés que conduziu o povo hebreu à Palestina. Esse período ficou conhecido como Êxodo e a marcha de volta levou 40 anos.
Moisés recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei. Os Dez Mandamentos (Decálogo) teve uma profunda influência na conduta moral do povo hebreu.

Os Juízes

O período que se seguiu, já na Palestina, colocou na mão de poucos o poder político e militar da região. Aqueles homens ficaram conhecidos por Juízes. Eles tiveram sua autoridade consolidada, principalmente, devido às sucessivas batalhas que os hebreus tiveram de travar com os povos que habitavam a Palestina. A centralização do poder , o fortalecimento da autoridade e a reconquista da região motivaram o aparecimento da monarquia israelita.
Em 1010 a.C. (alguns atribuem ao ano de 1052 a.C.), Samuel, o último Juiz, consagrou Saul rei de Israel.

Os Reis

A monarquia teve três reis. O primeiro, Saul, comandou várias ofensivas contra os filisteus e acabou derrotado. Conta-se que saul proibiu todas as práticas mágicas em seu reino. Contudo, tomado pela incerteza de uma batalha próxima ( a de Gilboath) , viajou disfarçado até a cidade de Endor a fim de consultar uma mulher que se atribuía o poder de comunicação com os espíritos. Pediu para falar com o velho Samuel, já morto, e este atendeu-o. Perguntando ao espírito a respeito da batalha, o mesmo respondeu: "Amanhã, vós, tu e teus filhos estareis comigo". Isto realmente ocorreu. Algumas fontes disseram que Saul, após a derrota, preferiu o suicídio.
O segundo rei, Davi, derrotou os filisteus e os cananeus, tomando a cidade de Jerusalém, transformando-a na capital da monarquia. Quando Davi faleceu deixou uma administração razoável, um exército organizado e um governo centralizado. Salomão, seu sucessor, construiu o Templo de Jerusalém, representando o apogeu desse período da história israelita.
Em 926 a.C., quando Salomão morreu, a monarquia israelita desmoronou.

O Cisma

As doze tribos dividiram-se em dois reinos: o Reino de Israel, ao norte, formado por dez tribos; e o Reino de Judá, ao sul, formado pelas outras duas tribos.
O Reino de Israel foi conquistado por Sargão II, do Império Assírio, em 722 a.C. As tribos israelitas desapareceram e seus integrantes foram mortos ou deportados pelos invasores. O Reino de Judá foi conquistado em 578 a.C., por Nabucodonosor. O Templo de Jerusalém foi destruído e os judeus foram transportados para a Babilônia. Foi o conhecido "Cativeiro Babilônico".


A partir daí, a história hebraica antiga registra as seguintes datas importantes:

539 a.C.: Os judeus retornam à Palestina. Reconstroem o Templo de Jerusalém e tornam-se integrantes do Império Persa;
332 a.C.: A Palestina é incorporada ao Império de Alexandre Magno, após a derrota dos persas;
63 a.C.: A Palestina é conquistada por Pompeu e transformada em província do Império Romano;
70 d.C.: Os judeus se revoltam sendo sufocados pelos romanos. Pela segunda vez o Templo de Jerusalém é destruído. Em 73 d.C. desaparece o último foco de resistência judaica e os hebreus são definitivamente expulsos da região e se dispersam por todo o Império Romano. É a Diáspora.


ASPECTOS DAS CRENÇAS E PRÁTICAS RELIGIOSAS ENTRE OS HEBREUS

Considerações Iniciais

Os hebreus eram monoteístas (acreditavam em único Deus) e proibiam severamente as práticas de magia branca, bruxaria, e necromancia entre as camadas populares. Contudo, havia corpos de especialistas oficiais, autorizados nas atividades "mânticas"( do grego manteia=profecia, predição). Esses especialistas praticavam, comumente, a onirocrisia e a ornitomancia.
As profecias eram obtidas por homens austeros e venerados, sem rituais ou magias. Eram homens considerados por toda a comunidade pois eram capazes de receber a palavra de Deus. As profecias eram obtidas quer em estado natural, quer em estados de consciência alterada (êxtases, sono, etc.). Haviam vários profetas. Entre os maiores citados na Bíblia estão Elias, Eliseu, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
Além dessas práticas sabe-se que a Astrologia foi ativamente praticada, pois a mesma foi transmitida pelos Caldeus.

CABALA OU QABBALAH

Ocultistas do mundo inteiro cultuam a prática da Cabala. Significa "tradição recebida". Consiste numa original arte divinatória baseada na aritmomancia (adivinhação através dos números e das letras). Durante vários séculos a Cabala foi transmitida oralmente e parece que somente na Idade Média foi escrita.
As origens da Cabala parece estar numa coleção de leis religiosas, MISHNA, reservada apenas aos iniciados. Os primeiros rabinos, através dela, buscavam atingir a visão do trono da glória ou o Merkabah. Ainda havia descrições detalhadas e ritualísticas a respeito da elevação de almas ao Céu e dos perigos enfrentados na jornada e teorias sobre o universo e abordagens sobre anjos e demônios.
Outra fonte de origem da Cabala diz que a mesma surgiu entre o século III e VI d.C. Sua origem é duvidosa. Não se sabe se apareceu na Babilônia ou na Palestina. Mas o livro da Criação (SEFER YETSIRAH) certamente fundamentou as práticas cabalísticas com as noções de que a realidade estaria estruturada através das letras. Por essa concepção o mundo derivou-se de 32 elementos (os dez primeiros números e as vinte e duas letras do alfabeto hebraico).
Segundo a Cabala, o processo cósmico estaria embutido na progressiva descoberta do nome de Deus, inacessível à maioria dos mortais.
A Cabala teve, certamente, outras influências no decorrer dos séculos. O Gnosticismo (estudo sobre a natureza de Deus), o Neoplatonismo (manifestação do espírito sistematizador grego utilizado para reunir e justificar um conjunto de crenças baseadas no misticismo) e a própria Magia parecem ter influenciado as práticas cabalísticas.
Em 1280 d.C., Moses de Leon escreveu o "Livro do Esplendor"(Zohar) na Espanha. Esse livro parece trazer uma fusão de doutrinas e tradições antigas, além daquelas defendidas pelo próprio autor.

A ÁRVORE DA VIDA - SEPHIROT
Na Árvore da Vida (Sephirot) o lado esquerdo representa a mulher; o lado direito, o homem; o centro representa a harmonia das tendências opostas. A doutrina dos Dez Sephirots é o nome que se dá aos atributos necessários para o conhecimento de Deus.

1. KETHER - coroa de Deus; o nada.
2. HOKHMAH - sabedoria de Deus.
3. BINAH - compreensão de Deus.
4. HESED - bondade de Deus.
5. DIN - poder de julgamento de Deus.
6. TIFERETH - misericórdia de Deus.
7. NETSAH - eternidade de Deus.
8. HOD - dignidade de Deus.
9. YESOD - atividade de Deus.
10. MALKHUTH - reino de Deus.





Segundo a astrologia na perspectiva de alguns cabalistas, os astros são formas de manifestação,
ou de deus e da vontade divina, 
ou da natureza e das suas energias, ou das forças espirituais e das suas leis,  
no nosso mundo terreno e nas nossas vidas.

Assim está escrito:

Deus disse:« Que existam luzeiros no firmamento do céu,
para separar o dia da noite e para marcar festas, dias e anos;
e sirvam os luzeiros no firmamento do céu para iluminar a terra»
Génesis 1, 14-15


"O que está em cima é igual ao que está em baixo, e o que está em baixo é igual ao que está em cima

Pax Lux et Nox!

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