quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Carnaval, Quarésma, Páscoa...Bom saber!



Deus Tamuz
Assuntos Interessantes!
 “Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo “adeus à carne” [...] dando origem ao termo “carnaval”. Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.
A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra “carnaval” está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão “carnis valles”, que, acabou por formar a palavra “carnaval”, sendo que “carnis” do grego significa carne e “valles” significa prazeres.
Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados “gordos”, em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma. ”
Entretanto, sabe-se que a origem do Carnaval é pagã, tratando-se de uma adaptação de diversas celebrações dedicadas a deuses da antiguidade (como Dionísio, Saturno, Osíris, etc) e de uma concessão da Igreja Católica ante o período de privações exigido na Quaresma.
“A diferença entre o carnaval da antiguidade para o moderno é que, no primeiro, as pessoas participavam das festas mais conscientes de que estavam adorando aos deuses. O carnaval era uma prática religiosa ligada à fertilidade do solo. Era uma espécie de culto agrário em que os foliões comemoravam a boa colheita, o retorno da primavera e a benevolência dos deuses. No Egito, os rituais eram oferecidos ao deus Osíris, por ocasião do recuo das águas do rio Nilo. Na Grécia, Dionísio, deus do vinho e da loucura, era o centro de toda as homenagens, ao lado de Momo, deus da zombaria. Em Roma, várias entidades mitológicas eram adoradas a começar por Júpiter, deus da urgia, até Saturno e Baco.”
[...] Com a supremacia do cristianismo a partir do século IV de nossa era, várias tradições pagãs foram combatidas. No entanto, a adesão em massa de não-convertidos ao cristianismo, dificultou a repressão completa. A Igreja foi forçada a consentir com a prática de certos costumes pagãos, muitos dos quais, cristianizados para que se evitasse maiores transtornos. O carnaval acabou sendo permitido, o que serviu como “válvula de escape”, diante das exigências que eram impostas aos medievos no período da Quaresma.
Na Quaresma, todos os cristãos eram convocados a penitências e à abstinência de carne por 40 dias, da quarta-feira de cinza até as vésperas da páscoa. Para compensar esse período de suplício, a Igreja fez “vistas grossas” às três noites de carnaval. Na ocasião, os medievos aproveitavam para se esbaldar em comidas, festas, bebidas e prostituições, como na antiguidade.
O que muita gente não sabe, no entanto, é que o carnaval não acontece apenas no mundo dos vivos. Por afinidade, as comemorações atraem também legiões de entidades e desencarnados.  Os portais inferiores são abertos e os espíritos circulam livremente na Terra. Tantos excessos no período acabam levando a inúmeras mortes e situações de violência – é a verdadeira “festa da carne” para essas entidades espirituais.
Segundo o espiritismo: “O Espírito Manoel Philomeno de Miranda e sua equipe em uma excursão a determinada festa popular na sociedade terrestre, descrita na obra Entre os Dois Mundos:
(…). Em face dos desconcertos emocionais que os exageros festivos produzem nas criaturas menos cautelosas, há uma verdadeira infestação espiritual perturbadora da sociedade terrestre, quando legiões de Espíritos infelizes, ociosos e perversos, são atraídas e sincronizam com as mentes desarvoradas. Nesse período instalam-se inumeráveis obsessões coletivas que entorpecem multidões, dizimam existências, alucinam valiosos indivíduos que se vinculavam a formosos projetos dignificadores.”
 Será que o grande problema do Carnaval está na dessacralização dessas práticas? Fica aqui a questão.

ORÍGENS PAGÃS 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A História do Tarot Cigano





Quando começamos a estudar o Baralho Cigano a literatura sobre o significado das cartas é muito farta, mas APENAS no que se refere ao modo de “se preparar”, “de consagrar o baralho”, dos “elementos” “da vidência”, etc, etc, e etc…. Quando tentamos ir mais à fundo sobre as origens de seu surgimento a coisa começa a complicar, pois há muita controvérsia, pouco material disponível, poucos registros e muita mistificação em torno do baralho e as referências históricas são cercadas de incoerências por parte de muitos praticantes e estudiosos. Aqui temos um pouco de luz no meio dessa escuridão.,… A explicação mais plausível e coerente foi a que obtive de Alexander Lepletier, um estudioso profundo de suas origens, professor de cursos sobre o mesmo no eixo Brasil-Portugal e a explicação é a seguinte:

Ao se comparar o Baralho Cigano ou melhor dizendo: Petit Lenormand ou Sibila Lenormand com outros baralhos cartomânticos europeus dos séculos XVII, XVIII e XIX, vê-se imensos paralelos e similaridades!

Esse baralho vem a ser uma derivação de um outro baralho criado em 1828, chamado de
” A Sibila dos Salões” com 52 cartas. E, esse mesmo vem ser uma outra derivação das Cartas Sentimentais, baralho inglês dos fins do século XVIII.

Para um melhor entendimento vamos voltar no tempo até o princípio… As primeiras cartas surgem antes dos primeiros tarots. Ainda com origem incerta registra-se seu surgimento por volta de 1380 e sua função era lúdica, a princípio.
 
 
O primeiro manual cartomântico surge em 1540. Muito simples e só falava do naipe de ouros utilizado num sistema de trincas com perguntas e respostas prontas… É aqui no século XVI que começa ganhar força a prática divinatória com as cartas.

No século XVII surgem baralhos cartomânticos novos e é mais popularizada a adivinhação pelas cartas, mas nos séculos XVIII e XIX é que acontece o “boom” da cartomancia.




                                     

No século XVIII Etteilla, um cartomante parisiense que teve um papel muito importante também na história do tarot, cria um baralho cartomântico (termo esse “cartomantico” criado por ele mesmo), onde escreve nas cartas os seus significados para facilitar a interpretação e cria o sistema de “cartas invertidas” pois as figuras da corte não eram desenhadas como no baralhos de hoje, duplas. O costume de se escrever nas cartas era devido à escassez do papel da época.

O baralho do Etteilla tinha 32 cartas (um jogo de piquê) mais uma introduzida por ele a significar o consulente, e é aqui que Mlle Lenormanda entra… o baralho que ela utilizava e que aprendeu a jogar foi um baralho do Etteilla. Ela vive no mesmo período que o cartomante. E é com esse baralho que faz suas consultas, utilizando-o ocasionalmente, uma vez que ela é mais vidente de que cartomante!



Mlle. Lenormand
Lenormand ganha fama e sucesso e vem a ser cartomante de Napoleão e Josefina.

Ela se auto intitulava “A Sibila dos Salões”… esse termo “Sibila” vem de uma personagem grega que muito pouco se conhece, famosa por suas previsões.

O termo passar a designar, mais tarde, no império romano um oráculo composto por textos que vem a ser quase destruído com o advento do cristianismo, mas que é absovido pela cultura judaica , mantendo o termo “Sibila” como tendo o sentido de “profecia”. Inclusive, algumas igrejas contém imagens de mulheres carregando essas mensagens proféticas sendo-lhes atribuídas a designação de “Sibilas”.

Lenormand morre em 1843, mas em 1848 cria-se um baralho chamado “Sibila dos Salões” que faz referência à sua pessoa como estratégia de marketing e venda pelos fabricantes de cartas a partir do baralho inglês “as cartas sentimentais”.

Lenormand não deixa, publicado, nenhuma obra que diga respeito a tratados esotéricos ou oraculares, mas sim um livro em que faz a análise quiromantica da mão de Josefina e fala da relação das duas. Outros manuscritos deixados por ela encontram-se na posse de sua família, inéditos até hoje.
                                              

A prática da cartomancia era muito popular entre as mulheres nos salões aristocráticos e rejeitada pelo ocultismo como “mera adivinhação” e “coisas para as mulheres”(essas tidas como inferiores e de intelecto reduzido, na altura).

Elas vinham saber sua sina e, se tinham “bons partidos” em seus caminhos. Podemos verificar isso nas imagens dos baralhos dessa época que continham muitas cartas a representar pessoa. Militares, Homens de negócio, Morenos, Morenas, Louros, Louras, etc… Com o crescente sucesso dos baralhos, os fabricantes de cartas da França, Alemanha, Austria e Itália começaram a grande competição criando baralhos mais estilizados e elaborados que agradassem as pessoas pela simplicidade, beleza e funcionalidade e em 1840/50, no século XIX, século esse onde houve a maior produção de baralhos da época e que as ciências ocultas ganharam especial atenção das pessoas, é criado pela AgmÜLLER, na ALEMANHA, o Petit Lenormand composto por 36 cartas, ao mesmo tempo que o jogo do destino com 32, a Sibila cigana e mts outros… todos sendo esses, derivações da “Sibila dos Salões”.

Ao Petit Lenormand associa-se o nome de Mlle Lenormand, o que lhe destaca dos outros e o lança para o sucesso.

Nesse baralho temos, de maneira bem visível, cartas que vieram da Sibila… O Casamento torna-se O Aanel… A Esperança, no de uma mulher abraça uma âncora, torna-se a âncora.. essa sem a figura feminina; e algumas personalidade tornam-se animais como “o traidor” torna-se ” a cobra”.

E esse baralho faz parte da série de “Cartas Sibilinas”… ”

A Sibila Lenormand (o baralho cigano), a Sibila Cigana, A Sentença da Sibila, a antiga Sibila Italiana, etc..

E, com o sucesso do baralho Lenormand , cria-se uma sub-série, a série Lenormand que é composta por várias variantes do nosso baralho cigano….




sábado, 18 de fevereiro de 2012

9 Motivos para educar seu filho como Pagão.


Para você que não está convencido de que educar seu filho ou filha para ser pagão é o mais correto a ser feito, veja nove motivos que eu encontrei.

1º - Os pagãos honram e respeitam a natureza.
Sendo assim, provavelmente o seu filho será uma criança com uma consciência ecológica mais forte do que as demais e poderá ensinar coisas a outras crianças.

2º - Os pagãos acreditam na lei tríplice.
Portanto, seu filho aprenderá a pensar muitas vezes antes de fazer mal a alguém e saberá que se alguém lhe fizer ou lhe desejar o mal, receberá o seu retorno.

3º - Os pagãos respeitam os anciãos.
Sabemos que valorizamos os idosos pela sua vida e sabedoria, assim, as crianças aprendem a respeitar os mais velhos assim como o aspecto de anciã da Deusa.


4º - Os pagãos prezam pela saúde física, mental e espiritual.
Como vocês devem saber, para lidar com magia, devemos estar o mais saudável possível para que o nosso corpo esteja em perfeito equilíbrio. Assim, crianças pagãs aprendem com seus pais a importância de exercícios físicos, alimentação saudável, bons pensamentos e conexão com a Mãe

5º - Os pagãos gostam de aprender.
Em geral, os pagãos têm sede de conhecimento e gostam de saber sobre assuntos diversos. Assim, seus filhos saberão falar e sempre estarão informados sobre os mais variados temas, pois o convívio com pais cultos é o maior aprendizado. Meu filho tem 11 anos e lê no mínimo 7 livros por ano. Não existe bruxo sem gostar de ler.

6º - Os pagãos respeitam toda a forma de vida.
Por entender que toda a forma de vida é parte do corpo da Mãe, os filhos de pais pagãos aprenderão a respeitar as pessoas, animais, vegetais e até mesmo os minerais que também são organismos vivos.

7º - Os pagãos acreditam na magia.
Ao acreditarem em magia automaticamente crêem em outros conceitos como o poder das palavras, o poder da energia, etc. Filhos de pais pagãos sabem que devem tomar cuidado com as palavras e principalmente com os desejos.

8º - Os pagãos respeitam a diversidade.
Sendo assim, as crianças pagãs serão desprovidas de preconceitos por saberem que a beleza da vida está na diversidade e que ser comum não nos faz especiais.

9º - Os pagãos são sintonizados com os ciclos.
Estando sintonizadas, as crianças pagãs aprenderão que a vida é feita de ciclos e será mais facilmente entendido o conceito de Vida-Morte-Vida e principalmente saberão respeitar a si mesmas e a fazer tudo ao seu próprio tempo.


Retirado da Comunidade: Meus Filhos serão Bruxos!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Lughnasadh- Um pouco de História


Senhor Brilhante


Contam as lendas que Lugh, estando no Reino de Lochlann (terra-natal fomoriana), tomou conhecimento das más intenções dos Fomorianos com os Tuatha De Danann e prontamente foi correndo pra avisa-los. Assim, depois de atravessar terras hostis e mares bravios finalmente chegou a Tara, a capital dananiana, só que lá enfrentou o mais insólito obstáculo entre todas as aventuras de sua vida : Um velho guerreiro que fazia guarda na porta do reino dananiano não queria deixa-lo entrar!Sem dúvida seria fácil para Lugh vencer aquele reles "porteiro" , porém, iria com isso revelar sua identidade que com tamanho zelo ocultou durante toda a viagem para que os Fomorianos não suspeitassem dos propósitos de sua presença no Reino Dananiano. Igualmente corria o risco dos Tuatha De Danann encarassem isto como um ato de grande desrespeito e como efeito tentassem mata-lo antes que tivesse chance de dar qualquer explicação.

[A solução]

Ocorre que Lugh era um bom guerreiro não só nos punhos como também no uso da palavras , daí partiu para convencer o guerreiro a permitir a sua entrada em Tara sem que em nenhum momento podendo revelar sua intenções ou mesmo quem era. Finalmente depois de muito papo o "porteiro" argumentou que até poderia deixa-lo entrar só que havia uma rígida regra no reino de que só poderia viver entre os dananianos àqueles que demonstrassem serem úteis seja em suas habilidades ou no exercício de algum oficio entre os quais não houvesse nenhum expert entre os Tuatha Dé Danann. Infelizmente para cada arte e oficio que Lugh dizia ser um conhecedor o porteiro retrucava que já havia no reino alguém ocupado de exercer a mesma arte e oficio, o que salientava o fato de ser proibida a sua presença entre os dananianos por conta dos costumes locais. Pensativo, então Lugh finalmente indagou ao velho guerreiro se havia alguém entre os Tuatha Dé Danann que fosse conhecedor de todas as artes e ofícios tal como ele bem como também reforçou o argumento se o rei não ficaria furioso com o "porteiro" se soubesse ter sido ele o responsável por ter deixado ir embora alguém tão valioso. O velho guerreiro engolindo seco e temeroso da ira do rei deixou que Lugh entrasse , só que exigindo que se apresentasse provas do que dizia pessoalmente ao monarca sob pena de ter a língua cortada por tamanha mentira.

[O desafio]

Eram tempos de grandes festas e celebrações entre os dananianos por que tinham se livrado da tirania fomoriana e recuperado o trono para um dos seus como rei dos Tuatha Dé Danann, fazendo o valoroso Nuada Mão de Prata como regente daquele povo. Neste clima bem festivo chega um forasteiro que vinha trajado com roupas suntuosas alegando ser um mestre em todas as artes e ofícios para se apresentar ao rei e requerer o direito de morar no reino. Nuada Mão de Prata ouvia divertido o que dizia o velho guerreiro sobre a conversa que ele teve com aquele estrangeiro a sombra do portão da entrada do reino e com bom humor disse que até permitiria a entrada do estranho já que tamanha imaginação e criatividade para mentir realmente era um "dom" que nenhum dananiano possuía. Para tanto bastaria que o enigmático homem bem trajado confessasse que mentiu... Lugh não se fez rogado e declarou em alto e bom som para todos os presentes que não estava de forma nenhuma mentindo, exigindo em nome de sua honra e do bom nome dos seus ancestrais que o rei permitisse prová-lo mesmo que as custas da própria vida se porventura falhasse. Dito isto jogou sua espada aos pés de Nuada fazendo uma mesura com as mãos para indicar que podia usa-la para dar fim a sua vida, não dando alternativa ao rei senão aceitar o desafio. Um por um cada dananiano foi chamado para demonstrar perante o rei sua excelência no domínio de uma arte ou oficio, dando chance para Lugh fazer o mesmo com o desafio de mostrar que podia faze-lo bem melhor . Ao final o impossível parecia ter ocorrido e realmente Lugh triunfou sobre todos.

[O triunfo]

Entre espantado e admirado o bom rei Nuada pegou a espada de Lugh e disse que a guardaria como lembrança de que os Tuatha Dé Danann devem também confiar nos estranhos que chegam as portas do reino para desfrutar do seu convívio, proclamando que dali em diante aquele estranho deveria ter o direito de viver entre os dananianos. Dito isto Nuada percebeu surpreso que até então não sabia o nome do forasteiro, porém, sem dúvida alegou que um bom título a ele seria chama-lo de Ioldanach que quer dizer Mestre dos Mil Talentos.Retribuindo a lisonja, aquele "forasteiro" passou a declinar sua origem desde o mais remoto ancestral até que para curiosidade dos presentes foi citado que ele era o filho nascido da união de Cian com Ethniu, neto pelo lado paterno do honorável mestre nas artes da cura entre os Tuatha Dé Danann que era Diancechet e pela parte materna do não menos lendário entre os Fomorianos do gigante Balor. Dando uma pausa e deixando cair ao chão o disfarce que ocultava sua identidade ele arremata dizendo alto como um trovão: Eu sou Lugh!Antes que todos os presentes recuperassem o fôlego perdido pelo grande espanto causado pela revelação, Lugh relata em detalhes os planos sórdidos dos Fomorianos de invadir o reino dos Tuatha Dé Danann e reduzir a todos dananianos a condição de seus escravos. Esta alerta de Lugh foi providencial para os Tuatha Dé Danann saíssem vitoriosos na guerra que se avizinhava...

[A Verdadeira Fonte da Força de Lugh]

Lugh foi criado desde da tenra infância com grande carinho por Tailtui, mulher que na origem era uma simples serva das mais humildes entre os Tuatha Dé Danann, mas que pelo o qual o "Mestre dos Mil Talentos" sempre nutriu mais carinho e respeito do que por seus verdadeiros pais biológicos (Cian e Ethniu) - apenas casados por conta de acordos políticos para selar aliança entre os Formorianos e Tuatha Dé Danann.Explica-se tamanho amor filial de Lugh , pois como mestiço era visto com desconfiança e até desprezo tanto pelos familiares do lado materno quanto paterno, apenas restando como apoio aquele dado de maneira solitária por Tailtui que impossibilitada de ter seus próprios filhos correspondeu dando a ele tudo o que podia em afeto maternal possível de ser humanamente concedido. Não resta dúvida que foi Tailtui a principal responsável em motivar o jovem Lugh lutar por um lugar ao Sol de destaque tanto entre Formorianos quanto os Tuatha Dé Danann, impelindo desde cedo a praticar esportes e estudar com afinco ao ponto de ficar invencível como guerreiro, virar o mais habilidoso dos artesões e um sábio reconhecido pelo valor da extensão de seu conhecimento enciclopédico. Não por menos em nome de honrar a memória e sabedoria de sua mãe de criação Lugh fez questão de instituir na data da morte de Tailtui (01 de agosto) uma espécie de "feriado" religioso. Posteriormente que consolidou-se o Lughnassad como uma data anual de esportes em honra a Lugh que sempre se revelou um aficionado por todo tipo de disputa.

[Lugh, o Guerreiro Sábio]

Ele carregava em seu sangue a ascendência de dois povos eternamente inimigos desde a aurora dos tempos, contando com a rara beleza e inata sabedoria mística dos Tuatha Dé Danann aliada com a estupenda força e fúria de combate que apenas um verdadeiro membro da raça dos fomorianos poderia demonstrar. Este era o filho nascido da união de Cian com Ethniu, neto pelo lado paterno do honorável mestre nas artes da cura entre os Tuatha Dé Danann que era Diancechet e pela parte materna do não menos lendário entre os Fomorianos do gigante Balor que com o mero olhar trazia a morte de seus inimigos. Este era Lugh! Apesar de ser um nascimento resultante de um dos vários casamentos que foram arranjados intencionalmente com o desejo de conseguir selar uma aliança duradoura entre Fomorianos e os Tuatha Dé Danann , o fato que Lugh era um filho amado por Cian e Ethniu que com o tempo fizeram frutificar o amor desta união oriunda de uma obrigação política infligida em nome da Paz.
Desde cedo revelou ser um hábil guerreiro e grande caçador o que rendeu o apelido entre os Fomorianos de "Lamhfada" (Mão Comprida ou Atirador a Distância) numa referencia a maestria como manejava armas como a funda, correntes e lanças. Por sua vez, os Tuatha Dé Danann conheciam Lugh principalmente pelo título de "Ioldanach" (Mestre de Todas as Artes ou Senhor dos Mil Talentos), pois dominava com excelência todos os ofícios, era um artista consagrado em todas as Artes e não havia saber humano que lhe fosse estranho. No campo de batalha Lugh podia ser visto a grande distancia, destacando-se do meio da multidão não só por sua alta estatura como pelo fato de carregar um enorme lança de prata que reluzia com uma luz cegante e vir sempre de perto acompanhado de um cão de pelo tão negro como a noite. A lança dizem foi trazida pelos Tuatha Dé Danann de seu lar original(a mítica cidade de Gorias), possuindo propriedade mágicas que a faziam ter vida própria e sendo tão sedenta de sangue que era preciso até o momento de usa-la botar na sua ponta um preparado sonífero feito de folhas papoula sob o risco dela sair matando a todos a sua volta! O cão de Lugh, chamado em algumas lendas de "Failius", mantinha-se fiel ao lado do dono durante todo tempo do combate como um feroz companheiro nas batalhas e possuindo virtudes mágicas em sua pele que fazia transformar em vinho qualquer água corrente em que se banhasse. Lugh era uma rara prova de como superada as inimizades entre os Tuatha Dé Danann e Fomorianos poderia a união daqueles povos gerar como prole seres que estariam condenados pela mão do destino em sua superioridade a serem Mestres da Humanidade e Deuses entre os Homens!